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ATRASO É ATRASO, NÃO É ROTATIVO

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Reproduzimos na íntegra a matéria da Aline Bronzati, publicada no Broadcast na semana passada, sob o título: ATRASO É ATRASO, NÃO É ROTATIVO

O novo crédito rotativo, usado pelos consumidores que não quitam toda a fatura do cartão, completou exatos dez dias em vigor, mas pode, ao final do seu novo prazo de existência, de até 30 dias, não mostrar a que veio. Distorções na maneira como são divulgados os juros cobrados na modalidade tendem a comprometer a percepção dos resultados de uma das principais bandeiras do governo de Michel Temer para baixar os spreads no Brasil.

A missão do novo rotativo é acabar de vez com a criticada, e com razão, bola de neve que envolve quem não consegue honrar os pagamentos das suas faturas do cartão de crédito. Diferentemente de sua antecessora, tem uma vida bem mais curta e deverá mostrar, ao final de 30 dias, um corte de praticamente 50% nas taxas até então cobradas, em linha com os anúncios já feitos pelos bancos.

E é aí que mora o problema. Da forma como hoje são divulgados os cálculos dos juros cobrados no crédito rotativo, os dados de política monetária do Banco Central não devem mostrar a real redução nas taxas. O regulador do sistema financeiro anualiza os juros do produto ao passo que o uso da modalidade passa a ser permitido por um prazo máximo de até 30 dias. Não é feita a divulgação de dados específicos do rotativo a vista, que permita um acompanhamento do resultado da iniciativa do governo.

Além do mais, as taxas hoje publicadas pelo BC não mostram o rotativo em dia isoladamente. Consideram o montante contratado pelos clientes em determinado período mais o saldo em atraso. E a mudança no crédito rotativo, que contempla a atual agenda do BC, visa a atacar, principalmente, o primeiro público: o rotativo em dia, que considera as pessoas que pagam, ao menos, o mínimo da fatura e, consequentemente, não conseguem se livrar jamais dela. No jargão do setor, ficam “rotativando”.

Já o saldo em atraso leva em conta quem pagou valor inferior ao mínimo da cobrança do cartão ou nem um real sequer. O cliente, porém, pode ficar apenas 60 dias nesta condição até que o seu cartão seja cancelado, param de incorrer os juros e ele tem de, obrigatoriamente, parcelar o saldo em atraso.

A mistura de todas essas situações em um único dado cria distorções na visão que se tem da taxa efetiva cobrada no crédito rotativo. Um cliente que atrase sua fatura por três dias entra na estatística como atraso, com taxas que podem ultrapassar os 600% ao ano ainda que tenha pago menos que isso.

Na prática, porém, as taxas, tidas como as mais elevadas do sistema financeiro nacional, terão de cair. Até mesmo porque a saída para os bancos compensarem as menores margens que terão com o novo rotativo é exatamente a redução dos calotes, que não virá se os clientes não conseguirem parcelar sua dívida a juros menores e a prazos em linha com o orçamento doméstico. O máximo anunciado pelos bancos é de até 24 meses. Cada instituição, porém, trabalha com suas próprias condições.

Cálculos do Itaú Unibanco obtidos com exclusividade pela esta coluna mostram que apenas as taxas do rotativo à vista, considerando a média do crédito concedido, reduzirão de 429% ao ano em março para 211% em abril, primeiro mês da nova modalidade. Quando levada em conta a média da carteira do banco, o corte é ainda maior: passa de 411% para 180%. Mas considerando separadamente o rotativo em atraso, a mudança é menor uma vez que o risco dos clientes que estão nesta condição não pagarem é maior. Cairá de 500%, nos cálculos do Itaú, para algo em torno de 440% a 460%.

Quando se misturam as duas taxas, rotativo em dia e saldo em atraso, a redução dos juros na nova modalidade também vai parecer menor. A taxa média da carteira do banco de 464% ao ano deve recuar para 340% enquanto que a da concessão reduzirá de quase 480% para 420%.

Nos cálculos do Banco Central, as taxas cobradas no crédito rotativo encerraram fevereiro em 481,5% ao ano. Apesar de extremamente elevadas, deram uma trégua em relação a janeiro, com redução de 5,2 pontos porcentuais.

Uma pitada do que serão os juros do rotativo será apreciada hoje com a divulgação, por parte da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), das taxas praticadas nos primeiros dias em vigor da nova modalidade.

A trégua, na inadimplência, porém, deve demorar mais para se materializar. Cálculos indicam que são necessários, ao menos, um ciclo de 12 meses para que os calotes sigam ladeira abaixo como reflexo da redução dos juros no rotativo. A modalidade representa algo em torno de 2,5% da carteira de crédito à pessoa física, de cerca de R$ 38 bilhões. O grosso dos gastos com cartão são as compras à vista e o parcelado sem juros.

Já o benefício da redução do spread bancário, diferença de quanto o banco paga para captar e cobra para emprestar, depende de mais motivadores. Na agenda do governo de Michel Temer, temas como a redução do prazo de pagamento ao lojista, de 30 para dois dias, a constituição de um cadastro de crédito positivo fora outros pontos antigos no setor, como a eliminação do parcelado sem juros, são alguns deles.

O novo rotativo, porém, só foi para frente porque migrou da pauta técnica para a política. O próprio presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, convocou uma coletiva de imprensa no final do ano passado, mas não anunciou nada porque Temer puxou o mérito para si. Alguns temas, porém, parecem já ter voltado para a agenda técnica, principalmente, com as reformas para serem aprovadas e as eleições 2018 batendo na porta. (Aline Bronzati – aline.bronzati@estadao.com)

Aline Bronzati é jornalista do Broadcast

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Data Breach Fraude Meios de Pagamento Segurança Serviços Financeiros

Mas bah, tchê! Que barbaridade

Cybercrime

Quase todos os dias recebemos informações de um novo “data breach” (violação de dados). Hoje foi o dia de saber que Wonga, uma FinTech Inglesa de empréstimos contra folha de pagamento (Payday Loan), teve seus sistemas invadidos na semana passada, expondo os dados de 270 mil clientes.

De acordo com a Finextra, o porta-voz da empresa disse ao site de notícias TechCrunch que “a Wonga está investigando urgentemente o acesso ilegal e não autorizado aos dados pessoais de alguns de seus clientes no Reino Unido e na Polônia. Estamos trabalhando em estreita colaboração com as autoridades e estamos no processo de informar os clientes afetados. Pedimos sinceras desculpas pelo inconveniente causado”.

São tantos os casos que, para muitos de nós, se trata de rotina. Entretanto, o que ocorreu com um banco brasileiro no dia 22 de outubro de 2016 é assustador. Embora não confirmado oficialmente, tudo indica de que se trata do banco Banrisul.

No dia 4 de abril, o site Wired publicou matéria de Andy Greenberg, sob o título: How Hackers Hijacked a Bank’s Entire Online Operation, descrevendo o ataque detectado pela empresa de segurança digital Kaspersky, cujo caso foi apresentado em seu congresso anual na semana passada.

A matéria de Natalia Viri, no site Brazil Journal, sob o título: “Hackers montam ataque ‘sem precedentes’ a banco brasileiro”, revela os detalhes de como a fraude ocorreu.

O assunto é assustador! Bestuzhev, da Kaspersky, disse à WIRED que “absolutamente todas as operações online do banco ficaram sob o controle dos hackers por cinco a seis horas.” Num ataque assim, do ponto de vista do hacker, “você se torna o banco. Tudo pertence a você.”

Em outra matéria publicada pela Wired em 04/04/2017, Alex Bennett estima que o custo global do crime cibernético (Cybercrime)  chegue a 4,9 trilhões de Libras por ano em 2021(cerca de US$ 6 trilhões) e, informa também que dois terços das grandes empresas do Reino Unido foram alvos de cibercriminosos em 2016.

Sua empresa investe em CyberSecurity? Que competências devemos adquirir para combater fraudes? As do passado não serve mais, concorda? Imagine o que as novas tecnologias podem gerar de oportunidades para os cibercriminosos, como por exemplo, Internet das Coisas (IoT) e carros autônomos (self-drive cars).

Tecnologias com Inteligência Artificial (IA), já estão sendo utilizadas para descobrir  brechas e falhas sistêmicas, numa tentativa de prevenis antes de sofrer um ataque. Entretanto, os criminosos também tem acesso às mesmas tecnologias e as utilizam, as vezes com mais eficiência.

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Não é bem assim

POSO

Valor Econômico publicou na noite de 23/03/17 matéria sob o título “Lojistas vão passar a aceitar todos os cartões em única máquina”na qual afirma:

“A partir desta sexta-feira , com apenas uma máquina os lojistas poderão aceitar todos os cartões de crédito e débito independentemente das bandeiras.”

Pois é, não é bem assim. Parafraseando o ator Denzel Washington “Se não ler as notícias, é desinformado. Se as ler, ficará mal informado!” Veja o vídeo.

O que fazer então? Melhor consultar um especialista, por isso perguntei ao Dr. Giancarllo Melito, sócio do escritório Barcellos, Tucunduva Advogados.  

Dr. Giancarllo esclarece: “A Circular 3.815/16 do Bacen, na verdade, alterou em parte a Circular 3.682/2013, que trata dos Arranjos de Pagamentos. E, no que tange à abertura do mercado de credenciamento, incluiu o art. 24-A, dispondo que os instituidores de arranjo de pagamento (bandeiras), salvo algumas exceções, devem viabilizar a participação de outras credenciadoras em seu arranjo de pagamento. 

Nesse sentido, estes instituidores tinham até 17.02.2017 para apresentar ao Bacen os critérios que um adquirente interessado deverá seguir para participar do arranjo; e, a partir de 24.03.2017, estarem aptos a iniciar os procedimentos homologatórios para os interessados.

Assim, não é correta a afirmação de que a partir de 24.03.2017, “com apenas uma máquina os lojistas poderão aceitar todos os cartões de crédito e débito independentemente das bandeiras”. Na verdade, a partir desta data, as credenciadoras interessadas em capturar transações de alguma bandeira, podem iniciar seus pedidos de homologação no respectivo arranjo.”

Entretanto, em matéria publicada hoje, Geraldo Samor afirma corretamente: “Esta sexta-feira é o prazo final estabelecido pelo Banco Central para que as bandeiras de cartão controladas pelos bancos — como a Elo, American Express e Hipercard — iniciem testes para que possam começar a ser processadas por todas as credenciadoras, e não apenas pela Rede e Cielo, que também pertencem aos bancos.” 

Veja a matéria na íntegra em: No mercado de cartões, uma briga de cotovelos

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A morte do Cartão de Plástico

Fim do Plastico

Excelente artigo publicado por Steven Q. Riddick, Director of Global Product Delivery da Global Payments. Vale a pena ler:

The Death of Plastic Payment Cards: Money’s Next Evolution

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Bitcoin Blockchain – Hard Fork

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Hard Fork se traduz como uma bifurcação, em outras palavras, em algum momento Bitcoin pode se dividir em duas, uma denominada Bitcoin Unlimited – BTU e a a conhecida Bitcoin Core – BTC. Qual sobrevive como Bitcoin? e qual se torna uma Altcoin (moeda alternativa) ou simplesmente desaparece?

Trata-se de um assunto complexo e muito técnico, mas nosso objetivo é lhe mostrar, com certa simplicidade, qual a discussão e o que está em jogo, com a colaboração de Rafael Câmera Santos.

Há algum tempo, players ligados a Bitcoin estão discutindo sobre a capacidade de processamento de transações com Bitcoins. Todos concordam que a eficiência deve ser melhorada, mas discordam na forma. De que eficiência estamos falando?

Cabe ao minerados registrar no blockchain as novas transações de compra e venda de Bitcoins, isto é feito cada vez que ele consegue resolver uma questão matemática e gera um novo bloco (mineração). A cada bloco gerado o minerador recebe 12,5 Bitcoins como prêmio. Um novo bloco é gerado a cada 10 minutos, em média.

A cada novo bloco minerado se adiciona o registro das transações com Bitcoins (transferência de um endereço para outro), entretanto o tamanho do bloco é limitado a 1 megabyte, como resultado, cerca de 14 transações são registradas por segundo. Com o aumento do volume de transações com Bitcoin, há hoje um grande backlog de transações para serem registradas no blockchain.

Isto gerou uma concorrência para o registro de transações, resultando em pagamento de fees para ganhar prioridade. Esses fees chegam até US$2,00 por transação, o que inviabilizaria registros de transações de pequena monta.

Na criação do Bitcoin, Satoshi Nakamoto explica que a limitação de 1MB no tamanho do bloco tinha por objetivo proteger a blockchain contra spam. Afinal, sem um limite, alguém pode usar a blockchain para armazenar e transmitir outras informações ou dados fora bitcoin, como Satoshi fez no primeiro bloco gerado, ele escreveu “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout for banks” (https://en.bitcoin.it/wiki/Genesis_block).

Um grupo de desenvolvedores do software Bitcoin (software padrão da tecnologia) desenhou uma proposta para aumentar a capacidade do bloco, chamada Bitcoin Unlimited. Entretanto, grande parte dos desenvolvedores que suportam Bitcoin Core, embora aceitem a ideia de aumentar a capacidade de processamento, não aceitam a alternativa que gera um “Hard Fork”, eles defendem uma solução chamada “Segregated Witness” (Testemunha segregada, em tradução livre), também conhecida como SegWit.

Esta atualização redesenha o processo de verificação das transações no blockchain, tornando-o mais eficiente. A mudança no protocolo remove a assinatura digital contida em cada transação de bitcoin e a coloca ao lado da blockchain. Ao diminuir o tamanho da transação, mais transações caberão em cada bloco, aumentando o número de transações processadas por segundo na rede Bitcoin. As estimativas de quanto espaço será economizado em cada bloco após a entrada do SegWit variam de 75% a 400%. Com isso, espera-se que o problema de escalabilidade da tecnologia seja aliviado.

Os arquivos de assinatura que forem separados das transações poderão, no final do processo, ser descartados, liberando espaço de armazenamento no disco rígido. A importância das assinaturas se dá exclusivamente na verificação do bloco. Quanto mais antigo é o bloco, menor a chance de ele precisar ser verificado novamente.

A implementação do SegWit não será feita de forma instantânea, embora existe um forte consenso por trás da proposta. O problema para implantação do SegWit é o fato de que para ser adotada, essa versão precisará da adesão de 95% da rede de mineradores. Somente quando esse percentual fizer a atualização é que poderemos ver os ganhos de eficiência se propagarem através de toda rede.

Os que defendem SigWit acreditam não existir uma razão para a maioria dos mineradores se opor à atualização, uma vez que ele não apresenta qualquer risco ao Bitcoin e à possibilidade de alguém perder dinheiro com a sua implementação.

O código do Bitcoin é público para qualquer pessoa ler ou copiar (‘fork’) para seu próprio projeto. Como tal, é possível para diferentes versões do Bitcoin para executar lado a lado na rede.

O Bitcoin Unlimited difere do Bitcoin Core porque o parâmetro de tamanho do bloco não é codificado de forma rígida – os nodes e os mineradores suportam o tamanho desejado. Então, ele depende de uma idéia chamada “consenso emergente”, definida pelos defensores de Bitcoin Unlimited assim:

“Um consenso emergente surgirá com base na economia de livre mercado, à medida que os nodes e mineradores convergem em pontos focais de consenso, criando no processo uma entidade viva e respiratória que responde de modo livre e descentralizado às condições do mundo real”.

No caso do tamanho do bloco, a idéia é que através do mercado livre, os mineradores chegarão a um acordo sobre um tamanho de bloco. No entanto, os usuários podem “votar” em outros parâmetros também.

Dependendo de quem você perguntar, Bitcoin Unlimited é o futuro do Bitcoin ou uma implementação quebrada do software.

Para resumir um debate reconhecidamente complexo, cada lado quer aumentar a capacidade da rede, mas querem fazê-lo por métodos diferentes. Hoje, executar ou suportar o Bitcoin Unlimited é basicamente sinônimo de desejar um ajuste ao parâmetro de tamanho de bloco do Bitcoin, definido em 1MB hoje.

Entre a comunidade técnica, há muitos que sentem que o Bitcoin Unlimited pode não ser um substituto seguro para o Bitcoin Core. Alguns desenvolvedores argumentam que a abordagem não funciona em nível técnico. Uma das razões é que o software entrega aos mineradores muito controle sobre as decisões do protocolo. Outro, é que muitos desenvolvedores pensam que ‘consenso emergente’, na prática, levaria a “hard fork” da blockchain (a criação de versões diferentes e concorrentes da rede).

O “Hard Fork” (bifurcação) acontece quando mineradores geram blocos com tamanho superior a 1MB, que não podem ser reconhecidos na blockchain Biticoin Core, criando assim uma outra blockchain, neste caso Bitcoin Unlimited. Essa bifurcação, significa que depois que ela ocorrer, os usuários de Bitcoin teriam duas carteiras, uma em cada blockchain, com os mesmos endereços. Logo, se um usuário fizer uma transferência em uma blockchain, algum atacante malicioso poderia copiar a informação da transação e realizar a mesma na outra blockchain, pois a assinatura e outros detalhes seriam o mesmo. Isso chama-se de Replay Attack

Na semana passada, um bug no código do sotware pôs em cheque a capacidade técnica dos desenvolvedores da Bitcoin Unlimeted, quando quase 70% dos nodes que executam o Bitcoin Unlimited ficaram fora do ar.

O bug abriu uma vulnerabilidade através da qual um determinado tipo de mensagem enviada para os nodes poderia fazer com que eles fossem colocados off-line. Os nodes são responsáveis por validar as transações em uma cadeia de blocos, mantendo uma cópia do registro inteiro do histórico de transações e, essencialmente, aplicando as regras da rede através do código.

O problema foi inicialmente marcado no site GitHub. Os detalhes espalharam-se então nas mídias sociais, provocando um amplo comentário de apoiadores e críticos do projeto. Durante o ataque, a contagem de node de BU caiu para 252, de acordo com o site de dados de criptografia Coin.Dance.

Houve ao menos um outro problema com o software. Um mês atrás, um bug no Bitcoin Unlimited upgrade levou o pool de mineração Bitcoin.com a perder 13,2 Bitcoins quando criou um bloco que não foi aceito pela rede.

Como já dissemos, esta discussão é altamente técnica e complexa, entretanto, não há dúvida que estamos assistindo uma batalha política, de um lado, sem citar nomes, alguns players parecem querer obter mais poder na rede e investem tempo e dinheiro para convencer mineradores e outros player a suportar Bitcoin Unlimited. Do outro lado, player defendendo Bitcoin Core e contra o risco de terminarmos com duas Bitcoins, sem saber ao certo o destina de cada uma.

O preço de Bitcoin sofreu perdas de mais de 7% em valor na sexta-feira e mais de US $ 2 bilhões no valor de mercado nas últimas 48 horas. O preço da Bitcoin caiu abaixo de US $ 1100 pela primeira vez em quase um mês.

Um grupo de quase 20 exchanges lançou planos de contingência no caso de a rede Bitcoin se dividir em dois, criando duas moedas concorrentes. Aparentemente, as empresas mais poderosas na comunidade Bitcoin estão reconhecendo que um “Hard Fork” pode ser inevitável. Sua declaração certamente atordoou o mercado de investimento. Muitas das principais exchanges Bitcoin do mundo, incluindo Bitfinex, Shapeshift, BTCC, Kraken, Bitstamp e dez outros lançaram uma declaração detalhando seus planos de contingência se o Bitcoin Unlimited fork contra o Bitcoin for lançado. Aqui está um trecho da declaração (você pode ver em sua totalidade aqui):

“Se uma “Hard Fork” (bifurcação) contenciosa ocorrer, a implementação do Bitcoin Core continuará a ser listada como BTC (ou XBT) e a nova como BTU (ou XBU), mas não sem proteção de repetição adequada (“Replay Attack”). Fazemos isso não por julgamento ou por razões filosóficas, mas sim por considerações práticas e operacionais”

Em resposta, nesta segunda-feira, a equipe de desenvolvimento de software Bitcoin Unlimited declarou à CoinDesk que está encorajando trocas Bitcoin para listar qualquer blockchain é apoiado pela maior prova de trabalho como ‘BTC’ Designação comum para Bitcoin.

“Nós, da Bitcoin Unlimited, estamos promovendo … as melhorias nas qualidades anti-fragilidade da Bitcoin através de uma maior descentralização, um aspecto disso é a remoção do planejamento central da economia de tamanho de bloco”, diz a declaração. E continua:

“No caso improvável de uma divisão blockchain, não estamos muito preocupados com o que as exchanges decidem listar os dois tickers como em termos de nome, no entanto, aconselhamos fortemente que as trocas observem o Consenso de Nakamoto: a cadeia com mais prova de trabalho é a Bitcoin unidade monetária (atualmente conhecida como BTC ou XBT) .Estamos encorajados que os exchanges estejam bem preparadas para o evento de uma divisão blockchain e que isso irá resultar no mercado decidir qual Bitcoin será o mais útil e, portanto, valioso no longo prazo .”

Não sabemos como será o fim dessa história, mas até lá, pode-se imaginar que os reflexos dessa “batalha” se traduza, entre outras coisas, em uma maior volatilidade dos preços de Bitcoin. Aos interessados, vale a pena acompanhar o site Coin Dance, que alem de mostrar como se dividem os apoiadores das duas alternativas, mantém atualizados diversos dados e estatísticas sobre Bitcoin.

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Por que outras industrias se interessam por meios de pagamento?

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A notícia publicada pela Olga Kharif, da Bloomberg, sob o título: GM e Mastercard querem que carros paguem contasmostra que diversas montadoras estão investindo em mobile payments, afim de oferecer uma nova experiência aos seus clientes na hora de pagar por combustível, estacionamento, pedágio, drive-thru, etc.

Uma tendência natural que já discutimos nesse blog em “O futuro é agora”. O pagamento se tornará cada vez mais invisível. O cliente decide o que consumir e o pagamento passa ser uma feito automaticamente. Muito de nós não vemos problemas ao automatizar pagamentos de pequena monta, principalmente relacionados ao consumo de produtos e serviços do dia-a-dia, como por exemplo, o cafezinho, almoço, Uber, o jornal, estacionamento, etc..

Mas por que, empresas como GM, Ford, VW, etc, querem “participar” do negócio de pagamentos? Você compraria um modelo diferente só porque vem com essa facilidade? Acredito que não.

Entretanto, a resposta pode ser simples, muitos fabricantes ainda mantém uma relação muito distante de seus consumidores. Analise, por exemplo, o seu caso com as montadoras de veículos. Quantas vezes você trocou de carro, algumas vezes da mesma marca, mas parece que para o revendedor e a montadora você está lá pela primeira vez. Eles não sabem nada a seu respeito nem como você utiliza seus produtos. Não são somente as montadoras, mas há uma grande distância entre o produtor e consumidor em diversos setores da economia.

Eureka!!!

Se as montadores puderem saber por onde você “roda”, o que consome, quando consome, etc. aí sim, saberiam algo a seu respeito e eventualmente poderiam lhe oferecer serviços e produtos adequados ao seu estilo, gosto e bolso. Afinal, na hora de fazer algum pagamento é que eventualmente revelamos quem somos, ao utilizar os meios eletrônicos de pagamento. Certamente isto não aplica a moedas virtuais como BitCoin.

Utilizando IoT (“Internet of Things”), ou seja, conectando seu veículo à internet e lhe oferecendo simplicidade e praticidade para fazer pagamentos, as montadores poderão reunir uma quantidade de informações importantes sobre os hábitos de seus clientes e, de certa forma, reduzir drasticamente a distância que existe entre fornecedor e consumidor. Muitas outras empresas tentarão fazer o mesmo, afinal, quanto vale essa informação?

Você concorda? deixe seu comentário!