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O que são Pagamentos Instantâneos?

Texto de Marcelo Martins.

Os sistemas de pagamento estão evoluindo em um ritmo exponencial para uma direção de mundo cada vez mais rápido, interoperável, inclusivo, online e centrado na experiência do usuário. Novas tecnologias e modelos de negócios deverão, em apenas alguns anos, mudar drasticamente como são feitas as transferências e compras diárias.

Entre essas inovações, o destaque é para os Pagamentos Instantâneos: pagamentos que são autorizados e liquidados em tempo real, disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, e normalmente precisam apenas de um aplicativo no celular e um código QR. O Banco Central iniciou ano passado um projeto para implementar um ecossistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) no Brasil até final de 2020.

Quais os principais problemas dos pagamentos tradicionais que podem ser solucionados pelos pagamentos instantâneos?

O Banco Central (BC) identificou três grandes lacunas nos sistemas de pagamento atuais que as novas empresas e tecnologias de pagamentos instantâneos podem ajudar a solucionar:

– Utilização elevada de dinheiro em espécie: Embora o uso do dinheiro físico esteja diminuindo, ainda representa mais de um terço do consumo privado brasileiro, segundo o relatório sobre Meios de Pagamento da Fisher. O pagamento em espécie, no entanto, gera custos desnecessários com a criação, logística e a destruição do numerário, além do custo imensurável relativo à facilitação da lavagem de dinheiro, da corrupção (quase inexistente a rastreabilidade) e da sonegação de impostos.

– Alto custo e dificuldade de transferências eletrônicas interbancárias: O DOC e a TED, principais formas de transferir dinheiro, contam com tarifas muito elevadas. Além disso, há uma enorme quantidade de informações (nome, CPF, banco, agência e conta) que o usuário é obrigado a preencher para identificar o destinatário dos recursos, aumentando as possibilidades de erros de identificação, ou seja, uma péssima UX (User Experience) de pagamento.

– Alto custo de bandeiras de cartão: Cartões de crédito e débito possuem custos de aceitação muito elevados para os vendedores e os recursos demoram um tempo significativo para serem recebidos na conta.

Vale ressaltar que os pagamentos instantâneos não apenas oferecem a solução ideal para esses três problemas, como também oferecem uma série de vantagens para os seus usuários.

Qual a relação de QR Code com Pagamentos instantâneos?

Os pagamentos instantâneos tornam desnecessário guardar dados como números de conta e agências de bancos e ainda permitem com que seja possível realizar o endereçamento das transações com o simples uso de um smartphone aliado a dados corriqueiros, como: e-mail, CPF, número de celular, ou pela leitura de um QR Code.

Essa tecnologia pode ser utilizada por qualquer usuário, seja ele uma empresa ou pessoa física, e a movimentação dos recursos das contas sempre fica disponível em segundos para o recebedor.

E quando falamos de QR Code para pagamento já podemos ver o começo dessa tendência com o crescente número de carteiras digitais surgindo em diferentes segmentos, como: Ame (Grupo B2W), carteira Mercado Pago (Grupo Mercado Livre), carteira Ifood (Grupo Movile), carteira de benefícios corporativos Alymente, carteira Rappi, carteira Payly (Grupo Cosan), Cielo Pay, Swipe (empresa especializada em tecnologia para carteira digital), carteira Iti (Grupo Banco Itaú), InterPag (Grupo Banco Inter) e Pic Pay (Grupo Banco Original). Inclusive, existem em São Paulo estabelecimentos que dão a sensação das lojas na China: QR Codes dispostos por todo o balcão.

Foto tirada em 22/08/2019 na Vila Olímpia em São Paulo

Outro ponto evidente no boom das carteiras digitais, revela-se na grande competição para conquistar o usuário final. As companhias utilizam-se de diferentes recursos para tanto: cashback (devolvem parte do dinheiro gasto na compra), descontos imediatos na conta e programas de fidelidade agressivos.

A foto acima lembra o mercado de pagamentos brasileiro antes da Lei 12.865/13 (regulamentou o setor brasileiro de meios de pagamento eletrônico), no qual os lojistas deveriam ter diferentes POS (máquinas de cartão) para aceitar diferentes bandeiras (bandeira Visa somente era aceita nas POS da Visanet e a bandeira Mastercard somente na Redecard). Essa mesma situação observa-se no mercado atual de carteiras digitais, uma vez que, o lojista deve ter todos os QR Codes para conseguir aceitar as diferentes carteiras.

Pagamentos Instantâneos tem o objetivo de permitir o pagamento imediato e transparente entre usuários de diferentes carteiras, desta maneira o lojista apenas faria uso de uma carteira/QR Code para conseguir receber pagamentos de todas as carteiras.

Assim, a indústria de meios de pagamento está mais perto da verdadeira interoperabilidade e inclusão financeira, que estimulam o desenvolvimento de soluções inovadoras aos desafios do mercado tradicional.

Quais as principais vantagens dos pagamentos instantâneos para as empresas?

Redução ou remoção das taxas de transação: devido ao grande número de intermediários, que tomam fatias das transações financeiras, os preços atuais para a aceitação de pagamentos com cartão online são altas.

O uso do Open Banking aliado a pagamentos instantâneos por novas empresas reduzirá o valor das taxas e deve gerar outras formas de monetização, como novas oportunidades baseadas no uso de dados, que podem até mesmo eliminar a necessidade dessa cobrança.

Aceitação em diversos canais: como os pagamentos instantâneos podem ser realizados com o simples uso de um celular aliado a algum dado identificador, isso faz com que seja muito fácil para que qualquer negócio realize transações financeiras com qualquer pessoa.

Além disso, os pagamentos instantâneos eliminam o risco de os comerciantes online não serem pagos, porque a liberação de mercadorias e serviços pode ser facilmente sincronizada com a realização do pagamento.

Já para pagamentos business-to-business, os pagamentos instantâneos melhoram o fluxo de caixa, facilitam o gerenciamento de fundos, reduzem atrasos nos pagamentos e aceleram o pagamento de faturas.

Quais as principais vantagens dos pagamentos instantâneos para os consumidores?

Facilidade de uso e inclusão financeira: a possibilidade de enviar e receber pagamentos instantâneos a partir de um smartphone pode funcionar como um enorme incentivo para que pessoas acessem serviços financeiros.

De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, 96% da população brasileira ainda utiliza dinheiro físico e considerando que já existe mais de um smartphone por habitante no país que significa mais de 220 milhões de celulares ativos, o uso de pagamentos instantâneos através do celular pode representar níveis sem precedentes de inclusão financeira e um salto de crescimento explosivo para novos negócios.

Crédito instantâneo e barato no checkout: a rapidez e segurança em relação a identidade do usuário nos pagamentos instantâneos aliadas a uma boa regulamentação do BC podem criar oportunidades de novos modelos de mercado com o oferecimento de crédito de maneira instantânea para os consumidores.

Isso também possibilitaria que diversas instituições financeiras, de bancos a novas fintechs, competissem em tempo real para analisar os dados do consumidor e oferecer o melhor preço para esse crédito.

Futuro promissor para as empresas que se dedicarem a esses novos modelos de negócios

Com lançamento previsto para o final de 2020 no Brasil, os pagamentos instantâneos oferecem diversas oportunidades de negócio para empresas da indústria de meios de pagamento. Reforçando esse caminho, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em pronunciamento para o Senado Federal, afirmou: “O mundo passa atualmente por uma onda de inovação e mudanças. É crucial […] preparar o Banco Central do Brasil para desempenhar apropriadamente suas funções nesse novo ambiente, que será certamente baseado em tecnologia e no fluxo rápido de informações. Novas tecnologias como Blockchain, o uso de inteligência artificial, identidade digital, Pagamentos Instantâneos, open banking, dentre outras inovações, estão alterando completamente os modelos de negócios e os serviços financeiros.”

Posicionar-se da maneira correta é a chave para aproveitar ao máximo os benefícios dessa nova tendência, preservar o atual marketshare ou expandir o mercado com novas soluções.

Marcelo Martins é formado em Economia no Insper, Direito na PUC-SP e cursando especialização em Gestão de Produto Digital na University of Alberta. Foi Product Manager na Wirecard Brasil e Diretor de Produto na StarPay. Atualmente é especialista em inovação para indústria de Meios de Pagamento na Pay Ventures (conteúdo especializado e consultoria estratégica) e CPO na Blockforce. Co-Founder e especialista em Pagamentos nas Fintechs: Swipe (tecnologia para carteiras digitais) e Alymente (carteira digital de benefícios corporativos). Participa do grupo de trabalho do Banco Central sobre Pagamentos Instantâneos, dos grupos de Open Banking e Pagamentos Intantâneos da ABFintech e da Anjos do Brasil.

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BACEN e o uso de Smartphones.

Banco Central do Brasil publica dados sobre o uso de smartphones e outros canais de aceso aos instrumentos de pagamento

​A quantidade de transações feitas por meio de smartphones chegou a 29 bilhões no ano passado. A modalidade é a preferida entre os usuários do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e foi a que apresentou maior crescimento em relação a 2017: 18,5%. O uso de internet banking vem em segundo lugar, com 21,9 bilhões de transações e crescimento de 6,3% em relação a 2017. Somadas, as transações por smartphones e internet banking representam quase 70% do total.

Os números constam das Estatísticas de Pagamento de Varejo e de Cartões referentes ao ano de 2018, elaboradas pelo Banco Central (BC). O documento também aponta para uma queda nos valores das taxas cobradas dos lojistas nas compras com cartão de crédito e de débito.

“Claramente há um movimento em direção aos meios eletrônicos de pagamento, que faz parte do processo de modernização do Sistema Financeiro Nacional”, disse João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução.

“Na questão das tarifas dos cartões de débito, observamos uma tendência de queda, acentuada após a entrada em vigor da regulação do Banco Central”, completou. Em março de 2018, o BC editou a Circular 3.887, que limitou a tarifa de intercâmbio nas operações com cartões de débito.

Canais de acesso e instrumentos de pagamento
Paralelamente, outras formas de atendimento tiveram redução na quantidade de transações em 2018: telefone (-6,7%), agências e postos de atendimento (-3,2%), correspondentes (-2,8%) e caixas eletrônicos (-3,9).

Embora ainda represente percentual relativo pequeno do total entre os instrumentos de pagamento, o crescimento do uso do cartão pré-pago foi o mais expressivo: entre 2017 e 2018, o uso desse instrumento triplicou. Eram 26 milhões de transações e passaram para 81 milhões, um crescimento de 209%. O segundo maior crescimento foi na modalidade débito direto, que passou de 5,3 para 6,4 bilhões de transações (20%).

Cartões de crédito e de débito também registraram aumento. No caso do crédito, foram 6,4 bilhões de transações em 2017, e passaram para 7,4 bilhões em 2018 (16,2%). No débito, foram 7,9 bilhões de transações e o número chegou a 9 bilhões em 2018 (13,7%). Também houve crescimento nas transferências de crédito, que passaram de 10,5 bilhões para 10,9 bilhões no mesmo período (3,9%).

Já o uso do cheque continua em queda contínua. De 2017 para 2018, o número de transações com esse instrumento de pagamento caiu de 731 milhões para 633 milhões (-13,4%). De 2009, quando registrou 1,8 bilhão de transações, até 2018, a redução do uso do cheque foi de 64,7%.

Redução de tarifas
De acordo com os dados apurados pelo BC, houve redução nas taxas de desconto e na tarifa de intercâmbio cobradas para uso dos cartões de crédito e de débito. A tarifa de intercâmbio é paga pelo credenciador (dono da “maquininha”) ao emissor do cartão de débito (banco). O valor dessa taxa é determinante para o preço cobrado pelo credenciador do estabelecimento comercial (taxa de desconto).

De 2017 para 2018, a taxa de desconto caiu 6,85% no cartão de débito e 3,5% no cartão de crédito. Essa taxa representa um percentual de cada venda feita pelo lojista e era, em média, de 2,57% para crédito e 1,46% para débito em 2017. Ao final de 2018, eram, respectivamente, de 2,48% e 1,36%.

A tarifa de intercâmbio do cartão de débito teve uma redução de quase 30% entre 2017 e 2018: a tarifa média era de 0,82% e caiu para 0,58%. O percentual divulgado nas Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões não considera os expurgos que podem ser feitos para cumprimento da Circular 3.887.

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Itaú-Unibanco se prepara para “pagamento instantâneo”

Reproduzimos aqui a matéria de Pedro Arbex e Geraldo Samor, publicada hoje no Brazil Journal.

Na mais recente evidência de que a captura de transações de cartão se tornou uma commodity, o Itaú está prestes a lançar uma carteira digita…

Leia mais em https://braziljournal.com/o-mercado-de-pagamentos-esta-a-beira-de-uma-revolucao-conheca-a-estrategia-do-itau

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Bacen e o Open Banking

O Banco Central do Brasil divulgou  as principais diretrizes para o funcionamento do Open Banking (Sistema Financeiro Aberto) no Brasil. Ao longo do segundo semestre, serão colocadas em consulta pública as propostas de regulamentação. O BC espera que o modelo seja implementado a partir do segundo semestre de 2020.

Acesse a divulgação aqui.

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Cielo, PagSeguro, Stone and Linx: who will lead?

For the benefit of my friends, here is the translation of the last post:

The Brazilian acquiring market will have a new leader in a few years – or even earlier, if current leaders do not change their strategy.

Acquiring is a commodity business. While this assertion is obvious to some, most of the acquirers have not yet realized it and continue to compete solely on the basis of price.

However, the brutal war for the market will be won by those players who can understand the merchant’s needs in addition to payments. This means understanding their value chain, identifying “pain points”, creating and offering solutions.

Two large groups of problems and solutions will dominate the next battles of this war for leadership:

a) Offer a better financial services and solutions – high interest rates, low credit supply, fees and bank charges, collection services, etc.;

b) Technology – there is a large space for improvement of automation systems, software and applications that provide increased sales, loyalty, improvement in operation, etc.

The examples above are just a few of the areas that, once integrated with the means of payment, will bring huge benefits to merchants of retail products and services.

You may not know it, but with very few exceptions, a POS terminal connected to an acquirer is a totally separate system, which runs parallel to the store’s front-end (Cashier). At the end of the day, merchants need to reconcile their sales recorded with the statement provided by the acquirers and banks.

In addition, most of the merchant’s automation systems are hardware-based, which makes integration difficult, resulting in a huge opportunity for technology providers.

POS terminals are from the past. If you want to be a leader in payments, think about how to get rid of plastics and terminals. Payments have become invisible in some sectors and will be invisible across the industry in the future. Which players can take the lead? We analyze below the movement of some acquirers and possible impacts in the market dispute.

Stone:

Stone was probably the first to explore in Brazil the idea of software integration. See all the companies that Stone added to their assets. They can now offer additional services, integrated with the payment solution, helping merchants to: reconcile their sales; settle transactions in split accounts; financial services; automation software; ERP, etc.

Distribution capacity is a key success factor. Stone hired a sales force and created what they call Stone HUB. The idea is to be closer to the merchant, so Stone HUB is a small office covering a geographical area that houses up to 400,000 inhabitants. In large cities, such as São Paulo, a HUB will cover a neighborhood, for example.

This sounds insane due to high customer acquisition cost (CAC), however, as they offer other products in addition to payments, they can achieve a significant CAC reduction. As Stone is not tied to any of these banks, I believe it was the only way out for distribution and rapid growth. On the other hand, there is a high risk of failure.

A digital sales approach would further reduce CAC, but perhaps Brazilian merchants are not yet easily reachable by digital means.

Anyway, with the HUBs and the sales “army” of “farmers”, Stone is already getting benefits from increased brand recognition. Offering more than payments, not just financial solutions, but also technology services, puts Stone at the forefront of this battle, differentiating itself from the competition.

PagSeguro:

PagSeguro was born digital and uses the mobile POS terminals to serve a brand-new market, the so-called “MEI – Micro Entrepreneurs Individuals”. As the vast majority of MEIs do not accept credit or debit cards as a means of payment, and since more than 80% do not have a bank account, banks and acquirers have never paid attention to this segment.

By offering the possibility of purchasing its own mPOS terminals (mobile POS) combined with a payment account, PagSeguro was able to grow rapidly in this segment, with a level of loyalty never seen before. More than 70% of PagSeguro customers are active on a monthly basis.

In addition, PagSeguro now has its own bank and will increase the portfolio of financial services from “bank account” to “whatever you need”. Its veiled intent is to become the bank for micro-merchants and SMEs.

As mentioned, PagSeguro was born digital and I have a strong feeling that soon it will launch different products that will replace the need for a mPOS. Maybe, by migrating to mobile payments.

New Players:

Last year, the IPO of PagSeguro and Stone rocked the market and woke up some other players. If a financial institution and payment companies can add technological ability to better compete, why can not a technology giant offer payments and financial services?

I’m not talking about Google, Facebook, WhatsApp, Amazon, Apple, Samsung, etc. We know that these companies are looking at the future of payments and, to a certain extent, they already work mainly outside of Brazil.

We looked at software vendors, companies that already have a large customer base, such as Linx. Of course, it is too early to talk about Linx, but the two largest acquirers in the market have missed the opportunity to establish a business partnership with this technology company.

At the end of 2018, Linx launched Linx Pay, more than a sub-acquirer or PSP, it is part of a platform that combines different alternatives to satisfy its customers. As I said, it’s too early, but keep an eye on this company and we’ll see how they will impact the payments market.

Current Leaders:

We can see the integration of payments with financial services offered by other players, such as Rede, GetNet, SafraPay, etc. However, the formula combining “bank account + acquiring + financing”, assuming it is not a “tie-in” sale, is a relatively equal offer among competitors and, at the end of the day, price is the only differentiation.

Rede, after being acquired by Itaú – Unibanco, spent a lot of time looking for efficiency and integrating almost all areas with the bank itself. As a result, it should continue to lose the partnerships it has built with other banks. Many of these have decided to launch their own acquiring business.

Without innovation and integrated with the controlling bank, it is expected to have a market share equivalent to the market share of Itaú – Unibanco.

Cielo had all the time, money, people and knowledge to change the market, maintain its leadership position and be recognized as an innovative company. But so far, the company has not done anything worthy of being called disruptive. Even the innovation effort with the launch of LIO goes against the market imperative: “do not spend money on hardware, pay attention to dematerialization.”

I will never forget an advisor, “captain” of a big bank, talking about a new competitor in the payments industry: “Wait and you’ll see, they will not eat turkey this Christmas.”

Somehow, this phrase reflects how big, rich and fat organizations face new competitors – with arrogance.

The arrogance of the great seems to be very common in our society, after all, if they are great victors, they must be the best at what they do, right?

In fact, leaders tend to spend a lot of energy to maintain the status quo. Speaking about it with a friend, a technology executive, he said: “Cielo has spent the last ten years impeding the development of the market” … “You cannot make a Joint Venture between a company that wants to develop a market and another whose only strategy is to keep it to itself “

In the book “The 22 Immutable Laws of Marketing,” Al Ries and Jack Trout speak of Law 18 – The Law of Success: Success often leads to arrogance and arrogance to failure.

I have faith that the biggest acquirers will react and use all their power to reinvent themselves, bringing real innovations to the market. Especially Cielo, the new CEO already speaks of the need for change. What do you think? Who will be the leader in the acquiring sector in 3 or 5 years?

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PagSeguro já tem um Banco

A diretoria colegiada do Banco Central do Brasil aprovou a transferência do controle acionário do BBN – Banco Brasileiro de Negócios S.A. para Luis Frias, Presidente do Conselho de Administração e controlador da PagSeguro e do Grupo UOL. O comunicado do BACEN foi publicado no Diário Oficial do dia 16/01/2019.

O mercado já aguardava esse movimento há algum tempo. A PagSeguro certamente passara a oferecer aos seus clientes um pacote se serviços financeiros, ampliando sua atuação no mercado. Sabemos que a grande maioria dos clientes da PagSeguro, especialmente MEIs – Micro Empreendedores Individuais, passaram a aceitar cartões de pagamento pela primeira vez e, na sua maioria, excluídos do sistema financeiro.

O Brasil possuía 8,7 milhões de microempreendedores individuais (MEIs) registrados na Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa (SEMPE) em dezembro de 2016, mas apenas 19% desse total têm conta bancária como pessoa jurídica (PJ) e só 8% possuem operações de crédito também como PJ. O dado está no Panorama do Crédito Concedido a Microempreendedores Individuais, um divulgado pelo Banco Central.

O MEI é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário (conforme Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011). O MEI pode faturar no máximo R$81.000 por ano, não pode ter participação em outra empresa como sócio ou titular e pode ter apenas um empregado contratado, que deve receber o salário-mínimo ou o piso da categoria. Por ser uma empresa pequena e de apenas um dono, o MEI confunde-se com a PF que detém o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e pode encontrar dificuldade de acessar as linhas de crédito para PJs oferecidas pelas IFs. Por isso, além de analisar a carteira de crédito do MEI, é importante analisar também a carteira de crédito da PF detentora de um CNPJ de MEI. O acesso a crédito é um dos desafios da agenda de inclusão financeira no Brasil. Nesse sentido, se faz necessário avançar no diagnóstico dos avanços e das dificuldades encontrados por esse tipo de empresa.

Nossa avaliação é que a PagSeguro se diferenciará ainda mais no setor de acquirer, ao integrar meios de pagamento com serviços bancários. Se transformando em um banco digital capaz de atrair uma quantidade de clientes desbancarizado e com pouco ou nenhum acesso a serviços financeiros. Um grande passo para inclusão financeira.