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GETNET, DO SANTANDER, FAZ OFENSIVA À PAGSEGURO E COMEÇA A VENDER ‘MAQUININHA’

Maquininha

Matéria de Aline Bronzati, no Broadcast de 19/09/17.

A GetNet, empresa do Santander que credencia lojistas para a captura de transações com cartões, inicia uma ofensiva para crescer entre pequenos estabelecimentos e pessoas físicas e de quebra concorrer com a PagSeguro, do Uol. Na mira da adquirente, estão profissionais liberais, motoristas de aplicativos e taxistas, para os quais começa a vender suas máquinas (POS, na sigla em inglês) ao invés de apenas alugá-las, principal modelo de atuação até então.

A iniciativa, que entra em operação nesta semana, adiciona uma nova fonte de receitas à GetNet e ainda contribui para atenuar a captação de clientes pela Moderninha, da PagSeguro, que tem atraído lojistas com o discurso de máquina sem aluguel e sem taxa de adesão. Ao menos, posiciona a GetNet como uma nova opção para esses comerciantes.

Com a venda da máquina, a empresa reforça a disputa, principalmente, nos pequenos varejistas e profissionais autônomos uma vez que boa parte dos grandes estabelecimentos já contam com isenção de mensalidade pelo elevado volume capturado nos terminais POS. Também serve de blindagem, dizem executivos, à concorrência uma vez que a comercialização de terminais pode impactar os ganhos com aluguel de máquinas, fonte de recursos que responde por cerca de um terço das receitas das credenciadoras no Brasil.

Entretanto, mais do que reforçar a concorrência pelos pequenos e proteger as receitas com o empréstimo das máquinas, a adquirente do Santander quer pegar uma fatia deste mercado uma vez que a maioria dos clientes da PagSeguro, segundo uma fonte de mercado, são novos usuários do mercado de cartões. Ou seja, até então, não aceitavam plásticos de débito e crédito em seus estabelecimentos.

Tanto é que não é apenas a GetNet que está de olho neste nicho. A Cielo, líder do setor de adquirência no Brasil, já toca um projeto piloto de venda de máquinas, antecipa o presidente da empresa, Eduardo Gouveia, ao Broadcast. Enquanto isso, a Rede, do Itaú Unibanco, avalia o assunto. A fintech Taki também já adotou o modelo de comercialização de POS no Brasil.

“No final do dia, é a concorrência que dita as regras e não o líder de mercado. A venda de POS no Brasil é a primeira mudança que traz um impacto importante para players do setor de cartões”, avalia o especialista em meios de pagamentos Edson Santos. “A adoção da venda de máquinas criou uma condição de mercado que novos players podem utilizar”, acrescenta.

A versão da “Vermelhinha”, nome dado às máquinas da GetNet, que será vendida terá custo à vista de R$ 718,70 ou em 12 vezes de R$ 59,90 e, assim como a concorrente, não terá taxa de adesão. Apesar de o valor cobrado superar o da PagSeguro, o terminal conta com tecnologia do 3G, que vem integrada ao equipamento e não precisa de celular para funcionar, além do wi-fi e ainda a possibilidade de uma máquina adicional em caso de pane, sendo três anos de garantia contra 5 anos da concorrente.

O presidente da GetNet, Pedro Coutinho, que no passado classificou o modelo de venda de máquinas como “outro negócio”, afirma, em entrevista exclusiva ao Broadcast, que o lançamento completa o portfólio da empresa. “A decisão de comprar e alugar depende da escola do consumidor, é ele que decide no final. Nosso foco é buscar soluções e resolver a vida do cliente”, explica o executivo.

A venda de máquinas da GetNet já teve início para clientes do banco Santander, que também poderão junto com a aquisição do POS contratar o pacote de serviços bancários da instituição, e deve ser expandida para lojistas em geral até o final deste ano.

Com mais de 11% de mercado, a GetNet mira alcançar 15% do setor de adquirência até o final deste ano, conforme já disse o próprio presidente do Santander, Sérgio Rial. Apesar de trabalhar com um cenário de recuperação em ritmo lento do comércio, a aposta da empresa, afirma Coutinho, para crescer está calcada na venda integrada com serviços bancários com o Santander e ainda a entrega de serviços como, por exemplo, fez recentemente na área de e-commerce, na qual integrou a oferta de soluções.

O presidente da GetNet reforça ainda que o foco da companhia é orgânico e que não estão nos planos da empresa aquisições ou uma abertura de capital. Sobre a possibilidade de o Santander comprar a fatia de 11,5% nas mãos de acionistas minoritários da empresa, ele diz que é um assunto para o Conselho de administração do banco. (Aline Bronzati – aline.bronzati@estadao.com)

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BACEN estende o prazo para liquidação centralizada

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Banco Central estende prazo para inclusão dos subcredenciadores na liquidação centralizada de cartões

27/07/2017 18:08

​O Banco Central decidiu estender até 28/09/2018 o prazo para a inclusão na liquidação centralizada de cartões dos “subcredenciadores” ou “subadquirentes”, espécie de provedores de serviços de pagamento que incluem algumas empresas que atuam como “marketplaces“. O prazo  de 4/9/2017, estabelecido pela Circular 3.815, de 2016, continua valendo para os demais integrantes do setor. Os subcredenciadores que estiverem aptos a iniciar a adesão à liquidação centralizada antes do novo prazo estabelecido podem fazê-lo.

O BC acompanha o processo de implantação e constatou que os subcredenciadores,  parte significativa da categoria de provedores de serviços de pagamento, teve dificuldade em perceber-se alcançados pela norma de liquidação centralizada aplicável a arranjos de pagamento dos quais fazem parte. Após diálogo com representantes dessa categoria, com a participação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), ficaram evidenciadas questões de cunho operacional que justificavam colocá-los em uma segunda fase de inserção na grade de liquidação centralizada.

Instituída pela Circular 3.765, de 2015, a liquidação centralizada representa importante passo na modernização da infraestrutura utilizada para a liquidação dos pagamentos de varejo, em especial, aqueles associados aos arranjos baseados em cartão de pagamento, reduzindo riscos, aumentando a eficiência e proporcionando um ambiente mais competitivo.

Clique para ler a Circular nº 3.842.

Brasília, 27 de julho de 2017.
Banco Central do Brasil
Assessoria de Imprensa
imprensa@bcb.gov.br 
(61) 3414-2808
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Concorrência entre Credenciadoras e o CADE

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Leia a matéria publicada hoje, dia 19/07/17, no jornal Valor Econômico, sob o título “Concorrência em cartões é investigada no Cade”.

Note que ainda se discute os mesmos assuntos levantados em um white paper, publicado em setembro de 2014, que deu origem a este blog, sob o título “O lento progresso da competitividade na indústria de meios de pagamento”

 

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Vantagens da liquidação centralizada

Reproduzimos abaixo, a notícia publicada pelo Banco Central do Brasil, no dia 26/06/2017:

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Conheça as vantagens da liquidação centralizada de arranjos de pagamento

A partir de setembro, a liquidação das transações feitas via cartão de crédito e débito no país será centralizada na Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP). Mas quais os efeitos dessa novidade para os consumidores de produtos e serviços financeiros, para as instituições que oferecem esses serviços e para o Sistema Financeiro Nacional (SFN)? O diretor de Política Monetária do Banco Central, Reinaldo Le Grazie, afirma que a mudança, em linha com a Agenda BC+, busca reduzir os custos de observância e as assimetrias de concorrência que existem no mercado atualmente.

“Temos hoje arranjos de pagamento com até três Prestadores de Serviço de Compensação e Liquidação (PSCL), e isso significa que algumas instituições têm que ter três sistemas de mensageria distintos para efetuar a liquidação dos pagamentos de determinado arranjo. O modelo atual é muito custoso operacionalmente. Além disso, há vantagens claras para as instituições que são, ao mesmo tempo, PSCL e credenciadoras. A liquidação centralizada dará aos participantes desse mercado as mesmas condições de concorrência, e isso pode se traduzir em benefícios para o consumidor final”, argumenta o diretor. “Com a melhora das condições concorrenciais e menores custos de operação, há a expectativa de que os valores cobrados dos clientes sejam reduzidos. Não é algo que ocorrerá no curto prazo, mas esse é o cenário projetado pelo BC”, afirma.

Um Prestador de Serviço de Compensação e Liquidação (como a CIP) é uma infraestrutura do mercado financeiro regulada pela Lei 10.214, de 2001, e que efetua a liquidação dos pagamentos entre os participantes do arranjo (instituições financeiras e de pagamento). A CIP foi escolhida pelo mercado como PSCL que unificará as liquidações dos maiores arranjos de pagamento no Brasil a partir de 4 de setembro. Consultor no Deban, Ricardo Mourão ressalta que a unificação trará mais simetria, uma vez que eliminará vantagens competitivas que algumas instituições possuem. “A medida nivela os participantes desse mercado ao estabelecer condições equânimes de concorrência. Temos atualmente duas empresas que são PSCL e credenciadoras. Isso significa, por exemplo, que elas conseguem obter recursos para adiantar recebíveis aos estabelecimentos comerciais com custo e risco inferiores ao das empresas que são apenas credenciadoras.”

Credenciadoras são as empresas que habilitam estabelecimentos fornecedores de bens e produtos ou prestadores de serviços para aceitarem instrumentos de pagamento, a exemplo dos cartões de crédito e débito (como Cielo e Rede). Há no país atualmente mais de 10 empresas atuando como credenciadoras. Já as emissoras são as instituições que emitem cartões de crédito, tais como bancos e empresas não financeiras, denominadas instituições de pagamento, que são autorizadas a oferecer esse serviço (a exemplo do NuBank). No caso das empresas não financeiras, elas oferecem um limite operacional para que os usuários usem o cartão de crédito. Se, por ventura, o usuário precisar financiar sua fatura (no crédito rotativo ou em outra modalidade), essas empresas realizam a mediação entre o portador do cartão e uma instituição financeira. É com o emissor que o cliente mantém o relacionamento para qualquer questão decorrente da posse e do uso de seus cartões.

Outra novidade é que a liquidação centralizada irá englobar as subcredenciadoras, empresas que atuam conectadas aos credenciadores, recebendo destes e liquidando as operações de pagamento junto aos usuários recebedores (em geral, estabelecimentos comerciais). É o que ocorre, por exemplo, no caso de lojas de departamento que disponibilizam seus sítios na Internet para outros vendedores, prestando, ainda, serviço de pagamento para essas empresas.

Mourão explica que o BC não regula diretamente as subcredenciadoras, mas as regras para arranjos de pagamentos que entrarão em vigor a partir de setembro também valerão para o segmento. “Há subcredenciadoras que atuam no mercado como se fossem estabelecimentos comerciais. O Banco Central não exige autorização específica para atuar como subcredenciador, o que reduz os custos regulatórios desses agentes, mas a prestação de serviços de pagamento por si só faz com que essas empresas estejam sujeitas a algumas regras”, detalha Mourão, ressaltando que algumas dessas regras decorrem da regulação do BC, outras são decorrentes de lei, a exemplo das regras de prevenção à lavagem de dinheiro e de combate ao financiamento ao terrorismo.

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Bacen – Regulamentação confunde e desagrada alguns

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Veja o artigo publicado hoje pelo Geraldo Samor, sob o título: EXCLUSIVO: Nova regra do BC ameaça empresas de marketplace. Nele, Samor relata a preocupação de algumas empresas que se sentem ameaçadas pela nova regra.

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Não é bem assim

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Valor Econômico publicou na noite de 23/03/17 matéria sob o título “Lojistas vão passar a aceitar todos os cartões em única máquina”na qual afirma:

“A partir desta sexta-feira , com apenas uma máquina os lojistas poderão aceitar todos os cartões de crédito e débito independentemente das bandeiras.”

Pois é, não é bem assim. Parafraseando o ator Denzel Washington “Se não ler as notícias, é desinformado. Se as ler, ficará mal informado!” Veja o vídeo.

O que fazer então? Melhor consultar um especialista, por isso perguntei ao Dr. Giancarllo Melito, sócio do escritório Barcellos, Tucunduva Advogados.  

Dr. Giancarllo esclarece: “A Circular 3.815/16 do Bacen, na verdade, alterou em parte a Circular 3.682/2013, que trata dos Arranjos de Pagamentos. E, no que tange à abertura do mercado de credenciamento, incluiu o art. 24-A, dispondo que os instituidores de arranjo de pagamento (bandeiras), salvo algumas exceções, devem viabilizar a participação de outras credenciadoras em seu arranjo de pagamento. 

Nesse sentido, estes instituidores tinham até 17.02.2017 para apresentar ao Bacen os critérios que um adquirente interessado deverá seguir para participar do arranjo; e, a partir de 24.03.2017, estarem aptos a iniciar os procedimentos homologatórios para os interessados.

Assim, não é correta a afirmação de que a partir de 24.03.2017, “com apenas uma máquina os lojistas poderão aceitar todos os cartões de crédito e débito independentemente das bandeiras”. Na verdade, a partir desta data, as credenciadoras interessadas em capturar transações de alguma bandeira, podem iniciar seus pedidos de homologação no respectivo arranjo.”

Entretanto, em matéria publicada hoje, Geraldo Samor afirma corretamente: “Esta sexta-feira é o prazo final estabelecido pelo Banco Central para que as bandeiras de cartão controladas pelos bancos — como a Elo, American Express e Hipercard — iniciem testes para que possam começar a ser processadas por todas as credenciadoras, e não apenas pela Rede e Cielo, que também pertencem aos bancos.” 

Veja a matéria na íntegra em: No mercado de cartões, uma briga de cotovelos