Lei a matéria da Aline Bronzati: Itaú e MasterCard se unem para operar nova rede de pagamento
Tag: Cartões de Pagamento
No livro “Do Escambo à Inclusão Financeira – a evolução dos meios de pagamento” dedicamos um capítulo inteiro ao tema “Ambiente Regulatório” e mostramos como cada agente regulador pode chegar a diferentes conclusões e decisões.
Esta semana o Parlamento Europeu decidiu impor um teto à taxa de intercâmbio (Interchange Fee) nas transações de pagamento com cartões de crédito e débito. Veja a notícia em: EU Parliament approves interchange fee caps
Bem, para quem não esta familiarizado com o tema, uma parte da taxa de desconto que o lojista paga às Credenciadoras é repassado para a Instituição Financeira (normalmente Bancos) que emitiu o cartão de pagamento envolvido na transação. Essa tarifa tem o nome de Intercâmbio (Interchange Fee). Por sua vez, o Emissor do cartão repassa parte desses valores ao portador do cartão (o consumidor), como forma de incentivo ao seu uso. Por isso você recebe algumas isenções, milhagem e alguns serviços adicionais.
Desde a década de 60, quando MasterCard e Visa nasceram como associações entre bancos, estes passaram a exercer o papel de “Emissores” e “Credenciadoras” (Acquirers) de forma independentes. Surgiu então a necessidade de repassar parte das receitas obtidas pelas Credenciadoras (Taxa de desconto) para o Emissor do cartão de pagamento. A esta tarifa se deu o nome de Intercâmbio (Interchange Fee).
Há décadas se discute se o Intercâmbio é ou não anti-competitivo, afinal, de forma bem simplista, quanto mais se incentiva o consumidor a utilizar o cartão de pagamento, mais se pode cobrar do lojista pela prestação do serviço. Não dá pra discutir os detalhes neste post (sugiro a leitura do livro 🙂 ), mas há algo que chama a atenção:
Nos sistemas de pagamentos em que o Emissor e o Credenciador são a mesma Instituição Financeira, como por exemplo, American Express e Dinners (exceto Brasil), não existe a figura do Intercâmbio, entretanto, o princípio econômico é o mesmo: Um lado do mercado paga a conta (o Lojista) enquanto o outro lado é incentivado (o portador do cartão).
A decisão da União Européia, em reduzir e limitar a taxa de Intercâmbio, não se aplica às Bandeiras como American Express, Dinners e outras. O resultado pode gerar uma vantagem competitiva para essas bandeiras em detrimento de MasterCard e Visa. Isto ocorreu na Austrália, na década passada (2003 -2006), quando o banco central daquela país passou a regular o Intercâmbio e, depois de um resultado desfavorável, voltou atrás.
Não critico ou defendo decisões regulatórias como esta, apenas gosto de chamar a atenção para o seguinte fato: Quando não se compreende a teoria micro econômica deste mercado (também chamada de “Two-Sided Market”) o resultado podem ser muito diferente do esperado. “O tiro pode sair pela culatra”
Qual é a sua opinião?
O Grupo Check Express faz sua entrada no setor de “facilitadores” (sub-acquirer), através da marca PagShop e em parceira com a Credenciadora Global Payments. O grupo já vem estudando esse mercado através de um projeto piloto com 400 clientes e, após ajustar cuidadosamente a operação, pretende iniciar a sua expansão neste mês de abril.
Saiba mais em: PagShop
Você já sabia, mas vale lembrar que uma das grande expectativas de sucesso da Apple Pay esta na segurança da transação de pagamento, além de todos os atributos da marca. Quando se soma um sistema de “toquenização”, autenticação biométrica e, armazenamento seguro no dispositivo, chegamos a uma combinação extremamente segura, nas palavras de Cherian Abraham, um especialista em mobile payment.
Então onde esta o problema? Bem, fraudadores encontraram um meio de utilizar Apple Pay com dados e informações pessoais roubadas. O ponto fraco no processo esta do lado do banco emissor do cartão de pagamento. Para poder utiliza o Apple Pay, além de digitar os dados do cartão no ambiente seguro do iPhone 6 e 6 plus, é necessário que o banco emissor do cartão faça a verificação e autorize o seu uso (em Inglês: “provision” ou “provisioning”). Tudo indica que os bancos não estão fazendo um bom serviço. Os níveis de fraude têm variado desde o lançamento, mas 600bps agora é visto como quase uma anomalia.
Certamente o problema não está na Apple Pay e com certeza será resolvido. O que sabemos é que onde há “dinheiro” haverá tentativa de fraude e os pontos fracos do processo aparecerão.
Veja a reportagem da PYMNTS.COM
PayPal concordou em adquirir a startup Paydiant. Os valores não foram revelados, mas acredita-se que a transação pode atingir US$ 280 milhões. O mercado de mobile payments esta bem agitado, não acha?
Veja os detalhes em: PayPal buys mobile payments firm Paydiant
Apple Pay
Vale a pena ler o comentário do Miguel Stein em: Apple Pay beyond the US. Uma análise das possibilidades da Apple Pay fora do mercado norte-americano. Você pode concordar ou não, mas é interessante entender a visão daqueles que estão do outro lado do Atlântico.