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PagSeguro vs Stone – Será?

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Veja a matéria de Natalia Viri, publicada no Brazil Journal, sob o título: “PagSeguro mira mercado da Stone (às vésperas do IPO)”

Não me parece que as duas estão concorrendo diretamente entre si. Na minha opinião a PagSeguro, que nasceu como a PayPal, fez o movimento para se comparar a Square. A estratégia parece ser de incorporar serviços financeiros para conquistar e reter clientes na base da pirâmide. Assim, seu mercado típico é de não bancarizados, pequenos estabelecimentos comerciais que tem pouco ou quase nenhum acesso aos serviços financeiros.

Já a Stone nasceu para concorrer com as Credenciadoras tradicionais. Ao longo de últimos anos o grupo fez investimentos em empresas e plataformas com o objetivo de entregar mais valor para o lojista, além to tradicional serviço de pagamento. Veja as empresas que já integram o modelo de negócio da Stone, divulgadas no prospecto do IPO.

Sua estratégia parece seguir líderes como a Global Payments Inc, ao integrar pagamentos às outras soluções tecnológicas, subindo na cadeia de valor do lojista, gerando fidelização e uma barreira de saída. Certamente que a oferta de serviços financeiros deve fazer parte do pacote, mas para um mercado diferente da PagSeguro. Ainda tenho dúvidas se seu modelo de distribuição é economicamente viável, mas vamos ver.

Alias, as Credenciadoras tradicionais tiveram tempo, dinheiro, escala, distribuição, equipes treinadas, etc. para revolucionar o setor de pagamentos no Brasil, mas não o fizeram. O que faltou? Competência e liderança? Eu não sei!

Já se foram oito anos desde a abertura do setor de Credenciamento e não vimos nenhuma inovação, digna de empresas líderes de mercado.

Hoje temos duas (quase) novatas, com estratégias diferentes, que podem transformar totalmente o nosso mercado: A PagSeguro, com a inclusão financeira, talvez inovando a oferta de serviços financeiros integrados à plataforma de pagamentos e; A Stone, integrando meios de pagamento a outras soluções tecnológicas, uma oferta de valor interessante ao lojista. Enquanto que as outras Credenciadoras só disputam preço e/ou trabalham para manter o status quo.

Quem poderá parar essas das empresas ou dificultar seu crescimento nos próximos anos?

 

 

 

 

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Nas lojas, juros nas alturas

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Taxa de cartões oferecidos nas redes de varejo chega ao triplo da média do mercado

Matéria de RENNAN SETTI – O GLOBO

Quase ninguém sai de uma loja de departamentos sem ouvir, com certa insistência: “Deseja fazer um cartão da nossa loja”? Não é à toa. Com bancos avessos a emprestar diante da retomada lenta da economia e recordes de inadimplência, o varejo tenta ocupar o espaço com a oferta de serviços financeiros, como cartões de crédito próprios, empréstimos e seguros. Mas, se resolve a carência de crédito dos consumidores — muitos deles “negativados” —e turbina o lucro das redes, a estratégia pode ser uma armadilha para o cliente. Os juros dos cartões de redes de varejo — chamados private label (sem bandeira) e cobranded (com bandeira, mas com marca da loja) — podem chegar a quase o triplo da média do mercado no país, que já é alta.

— O varejo percebeu o cartão como ferramenta de fidelização e diferenciação. Enquanto o sistema financeiro tem crédito restrito, a varejista consegue proporcionar isso a um público muitas vezes desbancarizado, de baixa renda e negativado. Só que, com custos operacionais maiores e risco elevado de inadimplência, os juros são bem mais altos — explica Anderson Olivares, da CSU.CardSystem, que emite e processa cartões.

Os juros de cartão mais altos do país, segundo dados do Banco Central do início de agosto, são da Dacasa Financeira. A taxa do rotativo dos seus cartões é de 791,19% ao ano. Em maio, dado mais recente, a média do mercado foi de 291%. A Dacasa explora o filão dos private label, cartões que não têm bandeira e só podem ser usados na loja. No Rio, atua com redes como a de colchões SonoShow e a de óticas Fábrica de Óculos. Perguntada sobre a taxa elevada, a Dacasa disse apenas que atua de acordo com as regras do BC e que, apesar do alto custo do rotativo, oferece a quarta melhor taxa de parcelamento.

Na Marisa, o Custo Efetivo Total (CET) dos cartões no rotativo é de 568,46% ao ano. Na Renner, a taxa máxima é de 526,98%, segundo seu site. De acordo com dados do BC, a financeira das Lojas Riachuelo, a Midway, cobra 382,95% no rotativo. Nos cartões C&A, os juros são de 357,03%.

Carlos Tamaki, diretor da DMCard, que administra cartões sem bandeira com foco em pequenas redes de supermercados, atribui ao espaço deixado pelos bancos a maior adesão de consumidores aos seus cartões. Só no primeiro trimestre deste ano, a empresa registrou R$ 812 milhões em transações, 32% mais que o mesmo período do ano passado.

— O público do cartão private label é geralmente das classes C e D, mais exposta à inadimplência. Além disso, as varejistas não recebem a chamada receita de intercâmbio, parcela de cada transação recebida pelos bancos que emitem cartões. Então, a varejista tenta compensar essas questões cobrando juros maiores — diz Fabrício Winter, da consultoria Boanerges & Cia.

Além do maior risco de inadimplência, o custo de captação contribui para juros mais elevados. Enquanto bancos contam com depósitos dos correntistas para financiar suas operações de crédito, as financeiras buscam alternativas mais caras. A DMCard recorre à emissão de títulos de dívidas (debêntures), por exemplo.

CARTÕES TURBINAM LUCROS

O universo de private label é ainda pequeno — responde por 7% do mercado —, mas vem crescendo nesta década. Segundo a Boanerges & Cia, eles intermediaram R$ 94 bilhões no ano passado, 38% a mais do que em 2010. Os cartões de crédito com bandeira cresceram 46% no período, tendo movimentado R$ 735 bilhões em 2017. Parte disso inclui os cobranded, que têm a marca da loja, mas podem ser usados em qualquer lugar.

— A tendência é a substituição dos private label pelos cobranded, que têm maior apelo junto aos consumidores e apresentam custo de operação muito próximo — diz Antonio Cerqueiro, da consultoria Bain & Co.

As redes também têm usado os serviços financeiros para compensar a redução das margens com as vendas em tempos difíceis. A participação dos serviços financeiros cresce nos resultados das empresas. Na Marisa, a geração de caixa operacional com eles foi de R$ 107,7 milhões no primeiro semestre, enquanto a do seu segmento de varejo ficou negativa em R$ 18,1 milhões. Além de cartão, a rede oferece empréstimos, assistência odontológica e até seguro contra furto de bolsa (desde que o cartão Marisa esteja dentro dela).

Na rede de supermercados Carrefour, o faturamento com cartões próprios saltou 36,2% no primeiro semestre, para R$ 11,9 bilhões. Na Riachuelo, a fatia dos serviços financeiros na geração de caixa subiu de 42,5% para 53% no primeiro semestre. Nenhuma dessas varejistas quis falar sobre o assunto.

Além de conceder menos crédito, os bancos abriram mão de grande parte desse mercado. Em 2005, houve uma forte procura dos bancos pelos varejistas, que eram vistos como um canal privilegiado para chegar à classe C. Mas a relação azedou por volta de 2012 com a insatisfação dos bancos com os resultados, fechando centenas de parcerias. Hoje, operam praticamente apenas com grandes redes, o que abriu espaço para administradoras regionais. Agora, até as start-ups estão de olho no filão: em junho, a fintech Trigg entrou no mercado de private label com duas aquisições.

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P2P pode movimentar US$ 900 bi por ano até 2024

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Matéria publicada pela Reuters, sob título “Transferências de dinheiro entre pessoas devem movimentar US$ 900 bi por ano até 2024, diz estudo”

As transferências de dinheiro entre pessoas devem crescer fortemente nos próximos anos, atingindo um valor global de US$ 900 bilhões em 2024, aponta um estudo desenvolvido pela empresa de meios de pagamentos Mastercard.

Em 2015, a transferência de recursos entre pessoas movimentou US$ 26 bilhões, segundo o levantamento.

O crescimento ganha força à medida que se multiplicam as soluções de pagamentos instantâneos com uso de dispositivos móveis, incluindo redes sociais, e cartões de débito ou pré-pagos, que viram opções a dinheiro vivo e transações bancárias tradicionais, disse à Reuters o diretor de pagamentos digitais e inovação da Mastercard no Brasil, Guilherme Esquivel.

Estas soluções incluem transferências automáticas de recursos tais como as feitas por meio do aplicativo de mensagens chinês WeChat, ou o canal próprio de pagamentos do portal de comércio eletrônico Mercado Livre, na Argentina.

Por aqui, o Banco Central tem indicado que pretende regulamentar em 2019 no país um sistema que permitirá transferências financeiras automáticas de forma ininterrupta, inclusive fora do horário de expediente bancário.

Segundo Esquivel, diante do cenário de maiores incertezas sobre os rumos do mercado de pagamentos nos próximos anos, grupos globais que operam no setor, como bancos e empresas de cartões, têm se movimentado para marcar posição se inovações ganharem fôlego.

A própria Mastercard tem procurado se identificar mais como uma empresa de tecnologias de pagamentos, em vez da histórica imagem de bandeira de cartões de crédito. Há dois anos comprou a britânica VocaLink, que processa pagamentos instantâneos com o uso de contas bancárias. Um ano antes, tinha lançado o Send, um serviço que então permitia transferências em quase 30 minutos.

O Send, que pode fazer até transferências internacionais, permite que os usuários de cartões transfiram dinheiro entre si como se enviassem uma mensagem de texto.

A Mastercard tem buscado convencer seus parceiros, incluindo bancos, empresas e fintechs, de que o serviço pode ser um bom negócio devido ao potencial de fidelização de clientes e por potencializar ganhos com tarifas transacionais e antecipação de recebíveis.

Foi com esse desenho que a empresa fechou uma triangulação com bancos e o Uber no começo do ano, por meio do qual o aplicativo de transporte urbano usa uma conta de pagamentos para pagar seus motoristas.

Com o acordo, os prestadores de serviços do Uber podem pedir uma antecipação de recebíveis para, por exemplo, pagar o abastecimento do veículo. O recurso é antecipado por uma instituição financeira, que cobra uma taxa pela operação.

Segundo a Mastercard, neste desenho a solução já movimentou 5 bilhões de dólares nos EUA em 2018. A empresa pretende lançar o mesmo produto no Brasil, também com o Uber, até o fim do ano. No Brasil, os motoristas do Uber recebem os valores por seus serviços em até cinco dias úteis.

Esquivel afirmou que a Mastercard já tem acordos com dois grandes bancos brasileiros para uso do sistema e as conversas estão avançadas com outras instituições financeiras.

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Agora é a vez da maquina verde

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Veja notícia publicada por Geraldo Samor, no site Brazil Journal, sob o título: “EXCLUSIVO: Stone faz rodada de US$ 250 mi, quer IPO depois da eleição”

 

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Finalmente, a portabilidade da conta-salário

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O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira, dia 22/02/18, uma resolução que autoriza o trabalhador a fazer a portabilidade do seu salário para instituições de pagamentos a partir do dia 1º de julho. Com isso, fica permitido receber o dinheiro por meio de cartões pré-pagos de empresas que não são bancos.

Passamos a ter maior concorrência entre os bancos, um claro benefício para os pequenos bancos e uma excelente notícia para as FinTechs brasileiras.

Vale lembrar que no Brasil, cerca de 50% dos brasileiros economicamente ativos não possuem conta bancária, ou seja, podem estar excluídos do sistema financeiro. Contas de pagamento e cartões pre-pagos são uma ótima oportunidade de inclusão financeira.

Leia mais em: “CMN autoriza portabilidade de conta-salário”

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PagSeguro e o mercado de MEI

A MEI

O Brasil possuía 8,7 milhões de microempreendedores individuais (MEIs) registrados na Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa (SEMPE) em dezembro de 2016, mas apenas 19% desse total têm conta bancária como pessoa jurídica (PJ) e só 8% possuem operações de crédito também como PJ. O dado está no Panorama do Crédito Concedido a Microempreendedores Individuais, um estudo inédito divulgado pelo Banco Central.

Na minha opinião esse é o principal motivo pelo qual tradicionais Credenciadoras como Cielo, Rede, GetNet, assim como as multinacionais Global Payments e First Data tem uma enorme dificuldade para ofertar seus serviços de pagamento aos MEIs.

Todos sabem que os valores das transações com cartões de pagamento são liquidados em contas bancárias, sempre. Os sistemas e processos dessas empresas foram construídos para atender clientes incluídos no sistema financeiro e, com suas políticas de “AML – Anti Money Laundry” e “KYC – Know Your Customer”, dá muito trabalho analisar um pequeno (microempreendedor) cliente, que ao final, irá processar poucas transações e pequenos valores, em comparação a média do mercado.

As FinTechs podem ter resolvido o problema, ofertando uma “conta de pagamento” ao invés de uma “conta bancária”. Sem os fees cobrados pelos bancos e com sistemas e processos flexíveis é possível “ganhar o coração” (e o bolso) do empreendedor.

Totalmente digital, hoje é possível abrir uma conta de pagamento muito rapidamente e por tabela, ter acesso a uma plataforma digital onde ele pode pagar suas contas, transferir recursos para fornecedores, pagar salários, etc., e ainda de quebra, obter um cartão pré-pago, com uma bandeira de boa aceitação (Visa, MasterCard, Elo, etc), para suas despesas diárias.

Muitas dessas empresas ainda podem ofertar credito, na mesma conta, com base no histórico de transação do microempreendedor. Outro item, que muitas vezes passa despercebido, é que o emissor da conta de pagamento passa auferir as receitas de intercâmbio ou até mesmo 100% da taxa de desconto, quando utiliza bandeira própria.

A pergunta é: por que os bancos e as Credenciadoras não podem ofertar os mesmos serviços? Talvez a resposta mais justa seja uma questão de plataforma e estrutura de custos. Por isso, a Cielo adquiriu a Stelo e, com uma plataforma independente e processos flexíveis, pode atacar esse mercado com tudo.

Outra coisa que me vem em mente é a receita de aluguel de equipamento de captura (o POS ou a “maquininha”), trata-se da segunda melhor receita das grandes Credenciadoras. Como ofertar a venda ao mesmo tempo em que cobrando aluguel obtém resultados muito mais significativos? Entretanto, com uma marca “B”, voltada especificamente para esse mercado, talvez consiga manter a atual linha de receita.

A propósito, há tempos gostaria de falar sobre a venda de “maquininha” versus o aluguel da mesma. O microempreendedor compra um hardware que somente serve para fazer transação com a companhia que o vendeu, ou seja, ele é dono de “nada”. Se desejar fazer com que sua máquina seja utilizada com outras Credenciadoras, descobrirá que não vai funcionar, é como se você comprasse um telefone celular que só funciona com a operadora que lhe vendeu. Em outras palavras, o microempreendedor não está comprando um POS, mas um contrato de exclusividade.

Claro que, economicamente falando, pode ser mais vantajoso comprar do que alugar, mas tem que estar atento que toda e eventual necessidade de manutenção é por sua própria conta.

Você pode perguntar: por que a PagSeguro, SumUp e outras preferem vender? Na minha opinião é uma forma de reduzir o custo de aquisição de clientes (CAC). Sabemos que o negócio da Credenciadora depende da capacidade de distribuição e que as Credenciadoras ligadas aos bancos se aproveitam da capacidade que as agencias bancárias proporcionam. Para competir nesse mercado, uma boa maneira é mudar a forma de precificação, tornando-a mais atraente ao cliente. Assim, a PagSeguro até pode abrir mão da receita de aluguel ou de lucro na venda de equipamento, entretanto, tende a ter maior fidelidade do lojista que comprou a sua máquina, alavancando a captura e processamento de transações de pagamento e os resultados com pré-pagamento de recebíveis.