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Segurança sem Fricção: O Papel do 3D Secure nos Pagamentos Digitais

A evolução das transações online nunca foi tão crítica quanto nos dias de hoje. O 3D Secure, ou simplesmente 3DS, emerge como a solução que pode redefinir os padrões de segurança e eficiência no comércio eletrônico global. Desenvolvido pela EMVCo, o protocolo representa uma evolução necessária frente aos crescentes desafios de segurança digital e experiência do consumidor.

Sua origem remonta à necessidade de transações mais seguras, impulsionada pela crescente onda de fraudes online e regulamentações como a PSD2 na União Europeia, que tornou obrigatória a autenticação forte do cliente (SCA). Esse modelo de autenticação baseia-se em três pilares essenciais:

  • Conhecimento: Algo que só o usuário sabe, como uma senha ou PIN. É o fator mais comum, mas também o mais vulnerável, pois pode ser compartilhado ou descoberto por terceiros.
    Posse: Algo que só o usuário possui, como um celular ou token de segurança. Este fator adiciona uma camada física de proteção, garantindo que o usuário tenha um dispositivo em mãos.
  • Inerência: Algo que o usuário é, como impressão digital ou reconhecimento facial. Trata-se de um elemento biométrico único e difícil de replicar, consolidando a segurança da autenticação.
  • Combinando pelo menos dois desses elementos, o protocolo reduz drasticamente a possibilidade de acesso não autorizado, garantindo que cada transação seja validada com base em múltiplos níveis de segurança.

O 3DS vai além do modelo anterior, introduzindo uma autenticação dinâmica que elimina a dependência de senhas fixas, oferecendo alternativas como biometria ou códigos enviados ao dispositivo do usuário. Sua arquitetura flexível coleta dados contextuais da transação – como geolocalização e tipo de dispositivo – permitindo uma análise de risco precisa e fluida. Quando tudo parece estar em conformidade, o processo ocorre em segundo plano, sem interrupções para o consumidor.

Como funciona o 3DS na prática? Abaixo, apresento o fluxo de uma transação com o protocolo:

  1. O consumidor inicia uma compra online e insere os dados do cartão.
  2. O comerciante envia a solicitação de pagamento para o adquirente.
  3. O adquirente (motor 3DS) repassa a informação para as bandeiras (Visa, MasterCard etc.).
  4. A bandeira consulta o emissor do cartão, que verifica os dados coletados (dispositivo, localização, histórico de compras) para calcular o risco da transação.
  5. Se a transação for considerada de baixo risco, é aprovada automaticamente. Caso contrário, é iniciada a autenticação adicional:
    • O emissor cria o desafio e envia a URL para a loja;
    • A loja apresenta o desafio no checkout;
    • O comprador responde o desafio, completando a autenticação.
  6. O emissor envia o resultado da autenticação para a loja.
  7. A loja conclui o processo.

Esse fluxo não apenas reduz fraudes, mas também melhora a experiência do usuário, permitindo transações mais rápidas e seguras.

Embora o 3DS não seja universalmente obrigatório, seu uso é cada vez mais incentivado. Na União Europeia, tornou-se padrão. Já no Brasil, o protocolo ganha força em meio à expansão do comércio eletrônico e à pressão por maior segurança nas transações digitais. As bandeiras Visa e MasterCard estão na linha de frente, exigindo sua adoção por emissores, credenciadoras e varejistas, seja por diretrizes regulatórias ou para minimizar riscos de chargebacks. Ambas promovem incentivos comerciais e penalidades para estimular a adesão.

Os benefícios são claros para todos os elos da cadeia de pagamentos. Para o varejista, significa uma redução significativa nas taxas de fraude e chargebacks, além de menor abandono de carrinhos, já que o processo é otimizado para ser imperceptível. Emissores e credenciadoras ganham com a proteção aprimorada, reduzindo perdas financeiras e fortalecendo a confiança do mercado. Para as bandeiras, a uniformidade do padrão garante maior integridade em suas redes. Mas é o consumidor quem colhe os frutos mais tangíveis: compras online mais seguras, ágeis e com menos fricção.

Ainda assim, o 3DS não é uma “bala de prata”. Sua implementação exige investimentos significativos em tecnologia e educação, tanto para comerciantes quanto para consumidores. Além disso, desafios como a compatibilidade de dispositivos mais antigos e o ajuste fino dos algoritmos de risco podem gerar dores de cabeça iniciais. Mas o consenso é que os ganhos compensam amplamente os custos.

No Brasil, a evolução da adoção segue em ritmo acelerado. Bancos e fintechs já incorporaram o protocolo em suas plataformas, enquanto marketplaces e grandes varejistas avançam para mitigar fraudes e criar experiências de compra mais fluidas. Em um mercado onde cada segundo de fricção pode significar a perda de uma venda, o 3DS representa um divisor de águas.

A mensagem é clara: quem não adotar o 3DS pode se encontrar em desvantagem competitiva. A resistência ao avanço tecnológico, neste caso, não é apenas uma questão de custo – é uma questão de sobrevivência. E, para os consumidores, a promessa de transações mais seguras e confiáveis é um passo bem-vindo em direção ao futuro do comércio digital.

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Mastercard Utiliza IA Generativa para Combater Fraudes na Dark Web

A Mastercard está utilizando inteligência artificial generativa (GenAI) para dobrar a velocidade de detecção de cartões comprometidos. A tecnologia prevê detalhes completos dos cartões a partir de números parciais encontrados na Dark Web, ajudando a identificar novos padrões de fraude. Com isso, a taxa de detecção de cartões comprometidos aumentou 100%, reduziu os falsos positivos em 200% e acelerou a identificação de comerciantes em risco em até 300%. Isso melhora a confiança entre bancos, clientes e o ecossistema digital. Confira o texto original sob o título “Mastercard takes GenAI to the Dark Web”

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Carregue sua conta Visa utilizando Criptomoedas

Após minha publicação “Visa e Transak lançam solução para facilitar a aceitação de criptomoedas em transações comerciais“, alguns leitores me deram o feedback de que, apesar de parecer muito interessante, não ficou claro qual seria a jornada do usuário para utilizar suas criptomoedas em estabelecimentos da rede Visa. Resolvi escrever este novo texto para clarificar este ponto.

Acredito que uma forma simples de entendimento seja através da  apresentação de uma jornada típica do usuário. Uma vez entendido, apresentarei alguns detalhes técnicos. 

Suponha um cenário, bem comum para quem faz self custody de criptomoedas, em que:

  • você tenha Ethereum armazenados em uma carteira Metamask;
  • você possua um cartão Visa;
  • você deseje pagar um prestador de serviço utilizando seus Ethereum;
  • o prestador possua um terminal de captura Visa.

Através da solução apresentada acima, você seguirá o seguinte fluxo para efetuar o pagamento:

  • Entrar na Metamask e Selecionar a opção Sell. Ou seja, você irá enviar alguns Eth que estão na carteira Metamask para um destino;

  • Selecionar o valor em Ethereum a ser transferido e a opção Transak. Note que a Metamask apresenta o montante líquido de quanto você irá receber, em reais. Selecionando a opção Transak,você poderá selecionar um cartão como destino dos seus Eth, na próxima etapa.
  • Selecionar seu cartão Visa para onde o valor de 0.01 ETH será depositado, após conversão para reais.
  • Aprovar a transferência na sua carteira Metamask. Pronto…. Seus Ethereum já foram transformados em reais e depositados na sua conta Visa.
  • Utilizar seu cartão Visa, com R$78.70 no exemplo acima, para pagar o prestador de serviços, através de seu PoS. Opcionalmente poderia-se fazer o depósito diretamente no Cartão Visa do Prestador, se assim for acordado, eliminando este passo.

Veja que a experiência é bastante simples, sem ter que entrar em múltiplos aplicativos, com múltiplas senhas e múltiplas aprovações.

Mas, de forma simplificada, o que está por trás dessa transação?

Primeiramente o uso da Rede Visa Direct para fazer crédito de valores (Push) em uma conta Visa. Principalmente no Brasil, temos pouco costume de ver esse fluxo em uma transação. A figura abaixo, extraída do site da Visa, dá uma ótima noção de como funciona o Visa Direct:

Em segundo lugar, como a Transak está conectada ao Metamask, permitiu que dentro das Opções de Sell de criptomoedas da carteira, possamos selecionar a Transak diretamente como broker. 

Em terceiro lugar, como a Transak está conectada a Visa Direct (diretamente pelo ponto (1) da figura acima), podemos selecionar qualquer cartão Visa, compatível com recarga, como destino dos recursos.

Importante notar que devido a abrangência global da Rede Visa, esta transação pode ocorrer de forma local ou crossborder de forma muito eficiente e rápida.

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Mastercard anuncia o fim das senhas

Matéria publicada pela Finextra sob o título “Mastercard bids to kill passwords with new biometric service”

Após mais de uma década de colaboração com a Fido Alliance, a Mastercard lança um serviço que simplifica a integração de biometria para usuários que fazem login em aplicativos, sites e efetuam compras online.

O serviço se baseia nos mais recentes padrões da Fido e utiliza uma chave de acesso armazenada no celular do usuário, que só pode ser desbloqueada por meio de biometria, como impressão digital ou reconhecimento facial, garantindo acesso seguro a aplicativos e sites.

Essa autenticação pode ocorrer no navegador ou aplicativo móvel, utilizando a biometria preferida do usuário, como FaceID ou impressão digital, sem a necessidade de alternar entre diversos aplicativos ou dispositivos. Além disso, o serviço é compatível com todas as marcas de cartões e outras formas de pagamento além dos cartões.

A Mastercard afirma que essa tecnologia não apenas proporciona maior segurança em comparação com senhas, mas também oferece maior comodidade do que a autenticação de múltiplos fatores. A empresa busca acelerar a adoção da autenticação biométrica em colaboração com empresas globais.

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Linguagem Natural e Finanças: Como Modelos Avançados de IA estão contribuindo na tomada de decisões

A Inteligência Artificial (IA) abre amplas perspectivas em diversos setores, oferecendo possibilidades inovadoras e impactantes. Desde a otimização de processos empresariais até a personalização de experiências do usuário, a IA vem desempenhando um papel cada vez mais relevante. Na área da saúde, ela impulsiona diagnósticos mais precisos, enquanto nas finanças, contribui para a detecção eficiente de fraudes. Além disso, a IA é essencial na automação industrial, impulsionando a eficiência e segurança. Na minha opinião, as aplicações baseadas em IA são vastas e promissoras, moldando um futuro impulsionado pela inovação e eficácia.

Já os Modelos de Linguagem de Grande Porte (LLMs) representam uma faceta notável dentro da Inteligência Artificial. Esses modelos avançados, como o GPT-3, GPT-4, Llama, Bert, são capazes de compreender e gerar texto de maneira excepcional, extrapolando as simples respostas a comandos, para a geração de conteúdo coeso e contextualmente relevante.

Apenas para se ter uma noção sobre as capacidades e a velocidade com que os LLM estão evoluindo, especula-se que o GPT-4 possua cerca de 1.7 trilhão de parâmetros, enquanto que seu antecessor, o GPT-3 possui cerca de 750 bilhão de parâmetros.

Suas aplicações abrangem desde tradução automática até a criação de textos, assistência em tarefas linguísticas e análise de dados em larga escala. Com sua capacidade de processamento avançado e compreensão semântica, os LLMs desempenham um papel fundamental no avanço das capacidades de processamento de linguagem natural e na criação de soluções inovadoras em diversos domínios.

Dentro destes domínios, diversos segmentos empresariais já estão utilizando LLMs em sua atividades diárias, dentre as quais cito:

  1. Experiência do Cliente e Suporte
    • Chatbots para Interações Personalizadas com Clientes
    • Assistentes Virtuais para Suporte Automatizado ao Cliente
    • Análise de Sentimento para Compreensão do Feedback do Cliente
  2. Mídia Social
    • Escrita Automatizada de Artigos
    • Criação de Posts em Blogs e Mídias Sociais
    • Geração de Descrições de Produtos
  3. Marketing e Publicidade
    • Categorização de Conteúdo para Recomendações Personalizadas
    • Publicidade e Marketing Direcionados
    • Melhoria nos Resultados de Mecanismos de Busca
  4. E-commerce e Varejo
    • Ferramentas de Tradução em Tempo Real
    • Tradução de Documentos para Empresas Globais
    • Localização de Software e Websites
  5. Direito Cibernético
    • Análise e Conformidade de Políticas de Privacidade
    • Pesquisa Legal e Análise de Casos
    • Resposta a Incidentes de Segurança Cibernética
  6. Saúde
    • Assistência em Diagnósticos Médicos
    • Revisão de Literatura e Análise de Pesquisas
    • Análise de Dados de Pacientes para Tratamento Personalizado
  7. Finanças
    • Detecção e Prevenção de Fraudes
    • Análise de Notícias Financeiras e Negociação
    • Avaliação de Riscos de Crédito e Concessão de Empréstimos

Especificamente no segmento de finanças, detalho o uso atual de LLMs, lembrando que é um tema em expansão quase que diária e que o número de casos deve subir rapidamente nos próximos anos.

Detecção e Prevenção de Fraudes

Os LLMs desempenham o papel de agentes encobertos na identificação de atividades fraudulentas no âmbito financeiro. Eles se revelam instrumentos poderosos em sistemas de detecção de fraudes, capacitados a analisar grandes volumes de dados financeiros, incluindo transações, registros de clientes e padrões históricos. Por meio da aplicação de técnicas de Processamento de Linguagem Natural (PLN) e aprendizado de máquina, os LLMs conseguem identificar anomalias, reconhecer padrões fraudulentos e emitir alertas em tempo real, concorrendo para a prevenção de fraudes financeiras. Tais modelos viabilizam que as instituições financeiras protejam proativamente seus clientes e minimizem perdas financeiras.

Análise de Notícias Financeiras e Negociação

Os LLMs desempenham uma função crucial na análise de notícias financeiras e dados de mercado para embasar decisões de investimento. Esses modelos têm a capacidade de examinar extensas quantidades de artigos de notícias, relatórios de mercado e dados de redes sociais, extraindo informações e sentimentos pertinentes. Ao fornecerem insights acerca de tendências de mercado, sentimentos de investidores e desempenho corporativo, os LLMs auxiliam traders, analistas e gestores de ativos a tomar decisões de investimento mais fundamentadas. Podemos conceber os LLMs como conselheiros especializados em negociação, oferecendo sugestões de ações de forma perspicaz.IA

Análise de Risco de Crédito e Concessão de Empréstimos

Os LLMs assumem um papel crucial como facilitadores na avaliação ágil de riscos de crédito por parte das instituições bancárias. Esses modelos são capazes de analisar grandes volumes de dados do cliente, englobando registros financeiros, histórico de crédito e solicitações de empréstimo. Ao processar dados do cliente, investigar históricos de crédito e fornecer percepções valiosas, os LLMs contribuem para a tomada de decisões de concessão de empréstimos mais criteriosa. O que tenho acompanhado no mercado é seu uso não de forma isolada, mas em conjunto com os métodos previamente existentes. A automação e a otimização da concessão de empréstimos com o auxílio de LLMs possibilitam que as instituições financeiras mitiguem riscos e proporcionem acesso eficiente e equitativo ao crédito para seus clientes.

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O valor dos seus dados e uso de credenciais

Autenticação Militar Aperfeiçoada: A promessa do blockchain na gestão de identidades

Faz algum tempo que a Internet tem oferecido Serviços e Produtos de forma “gratuita”. Você se cadastra e ganha acesso a músicas, vídeos, documentos e todo um conjunto de serviços para “facilitar sua vida”.

Embora haja serviços e produtos bem interessantes dentro desta modalidade “gratuita”, o que você deve estar consciente é de que está, na verdade, pagando por eles. Pagando com suas informações que está disponibilizando/compartilhando. Informações pessoais, cadastrais, de relacionamento e comportamentais tem um valor imenso para que as plataforma possam te conhecer e assim monetizá-lo.

Acredito que estejamos entrando numa fase de maior maturidade quanto a importância da manutenção dos sigilos e da propriedade dos dados, compartilhando apenas o necessário.

Se você vai comprar uma cerveja e precisa provar que tem mais de 18 anos, porque necessita apresentar sua carteira de identidade e compartilhar seu nome, data de nascimento, foto, etc. Você só necessita apresentar uma prova de que tem mais de 18 anos.

Este excelente artigo do Valor Investe traz algumas considerações relacionadas a como a tecnologia Blockchain vem mudando este cenário. Para quem quiser se aprofundar um pouco mais, pesquisem sobre as tecnologias de Zero Knowledge Proof.