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O Pix e o fim da hegemonia dos cartões

 


Em apenas quatro anos, o Pix alcançou uma penetração de 35% no consumo privado das famílias brasileiras, um feito impressionante, considerando que os cartões de pagamento levaram mais de 30 anos para alcançar 52% de penetração.

O impacto dessa inovação vai muito além dos números. Em minha análise, o Pix reflete a capacidade única do mercado brasileiro de se reinventar rapidamente, transformando o comportamento de consumidores e empresas em um curto espaço de tempo.

A indústria de cartões de pagamento, que por décadas cresceu a taxas de dois dígitos, está enfrentando sua maior prova de fogo. Entre 2009 e 2024, o setor expandiu a uma média anual de 17%, impulsionado pela substituição do dinheiro e dos cheques por meios de pagamento digitais. Agora, no entanto, o setor enfrenta mostra sinais claros de desaceleração.

Analistas de mercado de capitais já alertaram para o fato de o Pix e os cartões já terem conjuntamente uma penetração de 90% do consumo privado das famílias brasileiras, que limita o crescimento futuro dos cartões de pagamento.

Entretanto, o surgimento de novas funcionalidades do Pix (promovida pelo Banco Central) e as inovações criadas pelas fintechs brasileiras prometem transformar ainda mais o setor. Acredito que os cartões de pagamento enfrentarão forte concorrência e perderão participação nos próximos anos.

O Pix por aproximação está prestes a substituir os cartões de débito? Tudo indica que sim, mas será que os players do mercado estão preparados para essa mudança? Previsto para março de 2025, o pix por aproximação deve praticamente “matar” as transações realizadas com cartões de débito e pré-pago em alguns anos, oferecendo maior conveniência aos consumidores e custos significativamente menores para lojistas.

Nos últimos meses, observei como as fintechs brasileiras estão aproveitando o Pix para transformar o mercado de crédito e pagamentos. Essas empresas estão explorando o potencial do Pix, combinado com o Open Finance, para oferecer produtos e serviços que simplificam a experiência do consumidor e criam alternativas altamente competitivas. Ao explorar funcionalidades como o Pix Recorrente e o Pix Inteligente, essas empresas não estão apenas atendendo às demandas de um mercado em transformação, essas inovações desafiam o modelo tradicional dos cartões de crédito e estão mudando as regras do jogo.

Com essas mudanças, o crescimento médio do valor das transações realizadas com cartões de pagamento deve cair drasticamente. Com base em minha análise e experiência, projetei um aumento médio anual de apenas 1,5% nos próximos quatro anos, bem abaixo dos 17% registrados entre 2009 e 2024. Essa desaceleração não só reduz as oportunidades de expansão, mas também coloca pressão direta sobre as margens e o valuation das empresas do setor, especialmente as listadas em bolsa.

Outro fator transformador é a evolução regulatória.

Para mim, as mudanças viabilizadas pelo Banco Central mostram como o regulador está equilibrando inovação com estabilidade financeira. Após um período de abertura, vemos agora um movimento claro para consolidar as bases do mercado e proteger consumidores e empresas. O BC, que inicialmente abriu o mercado para inovação e concorrência, agora endurece as regras, com exigências de maior capital prudencial e aumento dos custos operacionais. Esse ‘aperto’ regulatório, combinado com o crescimento reduzido, representa um desafio significativo, mas também uma oportunidade para players inovadores redefinirem suas estratégias e consolidarem sua posição no mercado.

No centro dessa revolução está o consumidor. Ele agora conta com experiências de pagamento mais simples, mais fluídas e altamente personalizadas. Para mim, essa transformação não é apenas tecnológica. Ela reflete como a cultura brasileira adota rapidamente inovações que oferecem conveniência e economia.

O Brasil, mais do que nunca, está se consolidando como um verdadeiro laboratório global de inovação em pagamentos. Até 2028, Pix e cartões devem representar mais de 90% do consumo privado das famílias brasileiras, com o Pix indo de 35% para 55% de penetração (roubando share dos cartões).

Porém, o que define o futuro não será apenas a tecnologia em si, mas a capacidade das empresas de se adaptarem. Para empresas visionárias, este é o momento de inovar e liderar. Para as que hesitarem, o tempo de adaptação está se esgotando.

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O Futuro dos Pagamentos com a Colink Business Consulting

Os pagamentos no Brasil estão passando por uma transformação sem precedentes. A indústria de cartões, que por décadas impulsionou a digitalização dos meios de pagamento, enfrenta agora um novo cenário. O crescimento de dois dígitos que marcou a história do setor está se esgotando, enquanto o mercado se aproxima de uma saturação.

O Pix, em sua jornada disruptiva, está liderando esta transformação. Nos próximos anos, o Pix substituirá as transações com cartões de débito e pré-pagos e ganhar relevância em áreas como pagamentos recorrentes e crédito. Regulamentações do setor, antes impulsionadoras de inovação, agora mais rígidas impõem desafios significativos, aumentando custos e acelerando a consolidação do mercado.

Essas mudanças trazem implicações profundas para empresas e investidores, e a Colink Business Consulting está à frente dessa discussão. Liderado por Edson Santos, autor e especialista em meios de pagamento, nosso estudo minucioso revela os elementos que moldam o futuro do setor e fornece insights estratégicos para enfrentar essas mudanças.

Estamos oferecendo workshops exclusivos para ajudar empresas a compreender esse cenário em transformação. Esses encontros provocam reflexões, trazem insights relevantes e apresentam uma visão prática para capturar oportunidades, navegar desafios e ajustar estratégias a este novo mercado.

Descubra por que o Pix, o Open Finance e as mudanças regulatórias estão reconfigurando o setor de pagamentos e como sua empresa pode se preparar para liderar nesse contexto.

Participe. Adapte-se. Lidere.

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Modelando Soluções de Pagamentos para o Futuro

Em uma era marcada por rápidas transformações no setor financeiro, o mais recente relatório de pesquisa colaborativa da Finextra com a Tietoevry, “Definitive Differentiators – Forging a future-proof payments model”, oferece um mergulho profundo na dinâmica em evolução da indústria de pagamentos. Baseando-se em insights de 150 profissionais europeus de finanças e pagamentos, o relatório destaca as mudanças cruciais nas estratégias bancárias influenciadas por avanços tecnológicos, mudanças regulatórias e o imperativo de eficiência operacional. Ele explora a tendência crescente em direção a parcerias e modelos as-a-service, destacando sua importância em aprimorar ofertas de pagamento e alcançar escalabilidade e eficiência de custos.

Aqui está um resumo dos principais pontos revelados:

1. Mudança no Modelo de Negócios: Nos últimos anos, os bancos têm sido forçados a reconsiderar seus modelos de negócios para serviços de transação devido a um ambiente de baixas taxas de juros e aumento das regulamentações. Isso levou a uma maior ênfase na geração de receita por meio de transações e à busca por eficiência de custos através da padronização. A mudança no modelo de negócios é o fator mais importante para os bancos mudarem seus modelos operacionais, conforme indicado por 56% dos respondentes da pesquisa.

2. Outsourcing: A terceirização de componentes de processamento de pagamentos, como operações de back-office (61%) e atendimento ao cliente (57%), é uma estratégia adotada por muitos bancos para reduzir custos e se concentrar em suas ofertas únicas. Isso também permite que os bancos acessem expertise além de suas capacidades internas e planejem recursos internos de maneira mais inteligente.

3. Desafios de Processamento de Pagamentos: A segurança e a prevenção de fraudes (73% classificando isso como primeiro ou segundo desafio mais importante) e a conformidade e requisitos regulatórios (66% classificando como primeiro ou segundo) são os principais desafios enfrentados pelas instituições no processamento de pagamentos. Isso destaca a importância de manter a segurança dos serviços financeiros em um ambiente em constante mudança.

4. Modelos As-a-Service: Os modelos As-a-Service, como Payment as a Service (PaaS), são vistos como meios para aprimorar a proposta de pagamentos. Eles oferecem a promessa de eficiência de custos, escalabilidade e tempo de comercialização mais rápido para novos serviços. No entanto, há preocupações em relação à integração com sistemas legados, especialmente em termos de segurança de dados e privacidade.

5. Fatores para Reavaliação do Modelo Operacional: Além da mudança no modelo de negócios, o desejo de reduzir custos (46% dos respondentes) é um fator chave que levaria as organizações a reavaliar seus modelos operacionais. Isso reflete a necessidade contínua de eficiência operacional e redução de despesas no setor bancário.

6. Opções para Aprimorar Capacidades de Pagamento: Para aprimorar as capacidades de pagamento, a criação de um modelo As-a-Service é a opção mais popular (52% dos respondentes consideram isso mais provável), seguida pela colaboração com outros bancos para criar um serviço compartilhado (46%). Essas abordagens permitem que os bancos acessem tecnologias avançadas e compartilhem os custos de desenvolvimento e operação.

7. Drivers para Modelos As-a-Service: A melhoria da eficiência de custos e escalabilidade (42% dos respondentes classificam isso como o principal impulsionador) e a capacidade de permitir um tempo de comercialização mais rápido para novos serviços (33% dos respondentes) são os principais motivadores para a consideração de modelos As-a-Service. Isso destaca a busca por soluções que possam suportar o crescimento dos negócios e a inovação de produtos.

8. Desafios na Adoção de Modelos As-a-Service: A integração com sistemas legados (43% dos respondentes) e as preocupações com a segurança de dados e privacidade (46%) são os principais desafios enfrentados na adoção de modelos As-a-Service. Isso reflete a complexidade de modernizar a infraestrutura de TI bancária enquanto se mantém a segurança e a conformidade.

9. Avaliação da Maturidade do Mercado: A maioria das organizações vê o mercado doméstico como emergente (21%) ou em crescimento (36%) em termos de adoção de modelos As-a-Service. Isso indica que ainda há um potencial significativo de adoção e desenvolvimento desses modelos no setor bancário.

10. Percepção dos Modelos As-a-Service: A pesquisa revela que 72% dos respondentes acreditam que um serviço de pagamentos deve adotar uma abordagem minimalista ou fragmentada, onde certos componentes podem ser terceirizados enquanto outros permanecem sob o controle da organização. Isso sugere que, embora haja interesse em modelos As-a-Service, muitos bancos ainda estão cautelosos em relação à terceirização total de suas operações de pagamento e preferem manter um equilíbrio entre o controle interno e a externalização de serviços específicos.

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O valor dos seus dados e uso de credenciais

Autenticação Militar Aperfeiçoada: A promessa do blockchain na gestão de identidades

Faz algum tempo que a Internet tem oferecido Serviços e Produtos de forma “gratuita”. Você se cadastra e ganha acesso a músicas, vídeos, documentos e todo um conjunto de serviços para “facilitar sua vida”.

Embora haja serviços e produtos bem interessantes dentro desta modalidade “gratuita”, o que você deve estar consciente é de que está, na verdade, pagando por eles. Pagando com suas informações que está disponibilizando/compartilhando. Informações pessoais, cadastrais, de relacionamento e comportamentais tem um valor imenso para que as plataforma possam te conhecer e assim monetizá-lo.

Acredito que estejamos entrando numa fase de maior maturidade quanto a importância da manutenção dos sigilos e da propriedade dos dados, compartilhando apenas o necessário.

Se você vai comprar uma cerveja e precisa provar que tem mais de 18 anos, porque necessita apresentar sua carteira de identidade e compartilhar seu nome, data de nascimento, foto, etc. Você só necessita apresentar uma prova de que tem mais de 18 anos.

Este excelente artigo do Valor Investe traz algumas considerações relacionadas a como a tecnologia Blockchain vem mudando este cenário. Para quem quiser se aprofundar um pouco mais, pesquisem sobre as tecnologias de Zero Knowledge Proof.

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Economia baseada em token – Produto vs Canal

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem dito  que o sistema financeiro Brasileiro está evoluindo de uma economia baseada em contas para uma economia baseada em tokens.

A conta bancária sempre foi vista com a base de conexão com o cliente, mas na visão de Campos Neto o canal passará a ser mais importante nessa relação. A concorrência deixa de ser pelo produto e passa a ser pelo canal.

Para entender melhor do que se está falando, sugiro a leitura do texto de Gustavo Bresler, COO da Iniciador, publicado em 07/12/23, sob o título “Mudou tudo na guerra pela Principalidade”

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Explorando Novos Horizontes Financeiros

 

A Interseção entre “Banking Anywhere” e as Estratégias de Embedded Finance e Beyond Banking

No cenário dinâmico da digitalização dos serviços financeiros, emerge uma tendência que transcende os limites tradicionais do setor bancário. A interconexão entre diferentes indústrias através da estratégia de “embedded finance” e a expansão de suas ofertas além do âmbito bancário, conhecida como “beyond banking”, estão redefinindo a forma como as instituições financeiras operam e como os clientes interagem com o universo financeiro.

A abordagem de “embedded finance” está possibilitando que empresas de setores não-financeiros oferecem serviços financeiros integrados a seus produtos ou serviços principais. Por exemplo, algumas empresas de delivery de alimentos estão incorporando serviços financeiros em suas plataformas. Além de pedir comida, os usuários agora podem obter opções de crédito para financiar suas compras ou até mesmo fazer pagamentos diretamente pelo aplicativo, enquanto realizam seus pedidos. Isso destaca como a integração de serviços financeiros pode enriquecer a experiência do usuário, criando um ecossistema mais conveniente e abrangente.

O avanço para além do tradicional também é evidente na estratégia “beyond banking”, onde os bancos estão ampliando sua oferta de serviços diversificados. Aqui, conceito de ‘banking anywhere’ ganha um novo significado à medida que os bancos procuram estar presentes em vários aspectos da vida dos clientes. Além de serviços financeiros, os bancos oferecem educação financeira, assistência jurídica, soluções de saúde financeira e muito mais. Essa abordagem multifacetada visa enriquecer a experiência do cliente e estabelecer relacionamentos mais profundos e duradouros.

Essas duas tendências se conectam de maneiras poderosas. Enquanto ‘embedded finance’ permite que empresas de setores não-financeiros alcancem os clientes com serviços financeiros relevantes e contextualizados, a estratégia ‘beyond banking’ coloca os bancos em uma posição privilegiada para oferecer esses serviços diversificados de forma conveniente e acessível, independentemente do local onde o cliente esteja.

Nesse ecossistema em constante evolução, a análise de dados desempenha um papel crucial. A coleta e interpretação de dados permitem a personalização de serviços, a mitigação de riscos e a geração de insights valiosos. No entanto, essa revolução também suscita preocupações sobre privacidade e segurança. A colaboração entre diferentes indústrias se torna essencial para garantir que os serviços financeiros estejam em conformidade com os mais altos padrões de proteção de dados, mantendo a confiança do cliente.

A convergência entre diferentes indústrias e a abertura de novas fronteiras para o “banking anywhere” estão criando um ecossistema mais acessível, conveniente e abrangente para clientes e empresas. Essa interação abre possibilidades emocionantes para o futuro, onde as fronteiras entre setores continuam a desaparecer, transformando a forma como entendemos e experimentamos os serviços financeiros.

A sinergia entre o Pix, Open Finance, Iniciador de Transações de Pagamento e o Drex (Real Digital) exemplifica essa interseção, proporcionando uma capacidade poderosa para acessar e automatizar uma ampla gama de transações financeiras em todo o espectro. O Pix já se destaca como uma das inovações mais importantes dos últimos tempos, e sua rápida adoção revela seu potencial disruptivo na indústria de pagamentos. O Open Finance permite que os clientes acessem dados financeiros de diferentes instituições de maneira segura e integrada, promovendo uma visão holística de sua saúde financeira. O Iniciador de Transações de Pagamento expande a automação ao permitir que terceiros iniciem pagamentos em nome dos clientes, tornando a experiência ainda mais fluida e conveniente. E, potencialmente, o Drex (Real Digital) adiciona uma nova dimensão, simplificando ainda mais as transações e permitindo novos modelos de negócios baseados em pagamentos digitais, automáticos e inteligentes.

À medida que os bancos avançam com ofertas relacionadas a essa convergência, fortalecem a capacidade dos clientes de automatizar e acessar diversos tipos de pagamentos em qualquer lugar e a qualquer momento. Essa abordagem fortalece ainda mais a ideia de ‘banking anywhere’, permitindo uma experiência financeira verdadeiramente onipresente e interconectada.