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Payments – o livro em Inglês

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Esta é a versão em Inglês do livro “Do Escambo à Inclusão Financeira – a evolução dos meios de pagamento”, um eBook disponível na Amazon.

Além da versão em Inglês “Payments”, também está disponível o eBook do original em Português.

 

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Pagamento Instantâneo

 

PagamentoReproduzimos abaixo matéria de Flávia Silveira, publicada no Gazeta do Povo, sob o título: Modelo brasileiro de pagamentos instantâneos via celular deve ser definido até fim do ano.

O Banco Central (BC) iniciou, em maio, um grupo de trabalho sobre pagamentos instantâneos com 90 instituições participantes, entre associações representativas, instituições bancárias e de pagamento, entidades governamentais e fintechs. O objetivo é contribuir para a construção de um ecossistema competitivo, eficiente, seguro e inclusivo acerca do tema, segundo o BC.

Os chamados pagamentos instantâneos, ou P2P (peer to peer, em inglês, ponto a ponto), são transferências eletrônicas de valores em que a transmissão da mensagem de pagamento e a disponibilidade dos fundos para o destinatário ocorrem em tempo real, utilizando um dispositivo móvel (smartphone, por exemplo) ou computador. O serviço também deve estar disponível 24h por dia, todos os dias da semana — incluindo feriados. As transferências podem ser feitas entre pessoas (as também chamadas P2P, mas neste caso significando person to person), entre pessoas e estabelecimentos (P2B, person to business) e entre estabelecimentos (B2B, business to business), como por exemplo para o pagamento de fornecedores.

 A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) é uma das participantes do grupo. Segundo Percival Jatobá, coordenador do Comitê de Transformação Digital da entidade, os debates vêm sendo feitos da maneira mais tempestiva e disciplinada possível, para que se entregue uma solução adequada. “Mas é preciso que a discussão seja cuidadosa, para quando vier a solução, os consumidores brasileiros tenham o estado de arte de como se fazer um a transferência”, afirma.

 Jatobá conta que a Abecs, juntamente com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mantém um grupo de trabalho do mesmo tema em paralelo desde dezembro de 2017. Ele se reúne quinzenalmente no prédio onde ficam as sedes das duas instituições, em São Paulo. “A comunhão destes esforços mostra a importância que temos dado ao tema. O novo grupo de trabalho do Banco Central é reflexo da vontade já antiga do órgão de encontrar uma solução que atenda a todos. Com a formalização do grupo, incorporamos nossas discussões às demandas do BC. É uma evolução”, avalia Jatobá.

 Possíveis mudanças no mercado

As mudanças devem representar uma importante quebra de paradigmas em um mercado tradicionalmente concentrado em bancos e instituições financeiras. “A regulamentação é positiva para toda a cadeia, embora os detentores desse mercado estejam reativos em relação a essas mudanças”, afirma João Sanches, diretor financeiro no Brasil da iZettle, empresa sueca de soluções de pagamentos. “Os pagamentos instantâneos trarão um conforto enorme para o usuário. Praticamente rompem barreiras de infraestrutura e/ou redes fechadas para a realização de transações entre duas pessoas, físicas ou jurídicas”, continua.

 A atitude do BC em regulamentar este tipo de pagamento não é exclusividade do Brasil. Segundo Sanches, isso é comum em outros bancos centrais porque sempre há a preocupação com questões como o risco sistêmico ou o abuso de poder econômico, por exemplo. O grau de intervenção, no entanto, varia de um país para o outro. Ele cita a Suécia, que mantém uma regulamentação próxima em toda a cadeia de serviços financeiros, com o objetivo de viabilizar a realização de negócios, mas sem abrir mão da vigilância.

 “Regular o mercado é benéfico quando o objetivo é criar condições equilibradas de competição, evitar aventureiros, mitigar riscos e proteger o consumidor”, avalia Sanches. Ele pondera, no entanto, que a criação de “barreiras desnecessárias”, que impeçam inovações ou exijam investimentos muito altos, vai contra a intenção de abrir o mercado e estimular a competição saudável. “Fintechs em fase de startup, com pouco poder econômico e sem condição de fazer frente às grandes instituições, podem deixar de existir se houver muitas regras restritivas”, completa.

 Inspirações

O grupo de trabalho do BC encerra as atividades em novembro de 2018. Ao institui-lo, o BC “assume o papel de líder e de catalisador do processo de implantação do ecossistema de pagamentos instantâneos”, diz em documento. A atuação, segundo a instituição, é similar à de bancos centrais como o Banco da Reserva da Austrália, Banco Central Europeu e o Sistema de Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos. E é analisando como se faz nestes locais, juntamente com a já avançada no assunto China, que o Brasil deve definir o seu modelo.

 Na Austrália, desde 2017 funciona a “New Payments Platform”, solução também desenvolvida por um comitê formado por diferentes instituições financeiras e de pagamento do país. Nos Estados Unidos, mais de 30 bancos e cooperativas de crédito lançaram o Zelle, lançado em 2017 com expectativa de reduzir o processamento de um bilhão de cheques e pagamentos que os bancos processam anualmente. Já na União Europeia, o banco central anuncia, desde o ano passado, o TIPS, sigla para Target Instant Payment Settlement, que deve começar a operar até o final de 2018.

 Na China, os pagamentos instantâneos são realidade há mais tempo e o uso de dinheiro em espécie chega a ser visto com estranheza no comércio local. A maioria dos pagamentos P2P é feita pela leitura de QR Codes utilizando principalmente os aplicativos WeChat e AliPay. Em reportagem da rede de TV americana CBS, o economista chinês Dy Mok explica que a China passou de uma sociedade que utilizava cédulas de dinheiro direto para uma com pagamentos instantâneos, pulando a etapa dos cartões de crédito e de débito. Essa transformação levou apenas três anos, segundo Mok, e os QR Codes estão disponíveis em praticamente todos os locais, de bancas em feiras de rua ao pagamento da passagem no transporte público.

 A solução brasileira, segundo Jatobá, deve seguir princípios como interoperabilidade, para que o cliente possa enviar valores entre contas correntes e cartões de créditos, mesmo que de instituições diferentes; universalidade de dispositivos; multicanalidade; segurança, uma vez que se trata do dinheiro das pessoas; experiência do consumidor, oferecendo um serviço prático e agradável capaz de resolver as situações utilizando poucos comandos; e, por último, instantaneidade na disposição dos fundos transferidos.

 Sanches reforça que deveria ser implementado um modelo que permita um nível de controle interno eficaz, mas sem inviabilizar a criação de novos negócios. Porém, acredita que num primeiro momento seja mais viável que a solução surja na rede bancária, com alguma mediação por meio de uma entidade de classe centralizada de pagamentos, como a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP). “Mas nada impede que instituições não financeiras, com capacidade tecnológica para garantir a segurança do usuário e da plataforma, participem com soluções mais leves e práticas, como Facebook e Google, para citar apenas algumas empresas que já têm ou que pretendem contar com uma plataforma de pagamento”, continua.

 “Eletronificação” do dinheiro

Segundo a Abecs, apenas 32% dos pagamentos feitos no Brasil utilizam meios eletrônicos. Com o surgimento de novas possibilidades de transações, a associação acredita que esse número deva aumentar, juntamente com a bancarização da população. “Na medida em que você oferece uma solução P2P, ainda não disponível para boa parte da população, você acelera a ‘eletronificação’ do dinheiro, menos dinheiro em espécie circula e as pessoas se inserem na economia formal. É de se imaginar que mais pessoas passem a fazer parte do sistema bancário do país e ter acesso a serviços que, na informalidade, não têm”, avalia Jatobá.

 Já Sanches acredita que, além de trazer mais rapidez e menores custos aos usuários, as ofertas também devem melhorar, graças ao aumento da competitividade. Outra grande vantagem é a segurança pessoal, uma vez que as pessoas cada vez menos andarão com dinheiro no bolso, ou mesmo um cartão. “O meio físico será cada vez menos importante”, prevê.

 Mas, mesmo quando se trata de uma solução, será preciso estar atento para não correr riscos. O usuário deve ter cuidado com o equipamento de acesso (celular, computador, tablets, etc), garantindo que esteja sempre protegido. Prestar atenção nos contratos de adesão e se informar das leis que regulam, bem como os direitos do consumidor, também é fundamental. Sanches também orienta máximo cuidado com sites e aplicativos mal-intencionados que imitam os originais para captura de dados pessoais, e que jamais se compartilhe estas informações e senhas. “E se existe um órgão regulador, procurar acessar as normas e não hesitar em denunciar possíveis abusos”, conclui.

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Agora é a vez da maquina verde

maquina verde

Veja notícia publicada por Geraldo Samor, no site Brazil Journal, sob o título: “EXCLUSIVO: Stone faz rodada de US$ 250 mi, quer IPO depois da eleição”

 

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Siri da Apple paga suas contas

Royal Bank of Canada (RBC) lança “Siri Bill Payments” (pagamento de contas utilizando o assistente Siri da Apple) e o “iMessage Money Transfers” (transferencia de dinheiro P2P). Confira o release do RBC.

O RBC inovou seu aplicativo, permitindo que os clientes utilize o assistente Siri da Apple para pagar suas contas no iPhone e no iPad. Uma vez que um usuário dá o comando de voz, Siri confirma o nome da sua lista de beneficiários e o aplicativo RBC debita automaticamente a conta e envia o pagamento, que está protegido por TouchID (sensor de impressão digital). Assista o vídeo demonstrativo.

Outro novo recurso permite aos clientes enviar pagamentos para outras pessoas através do iMessage da Apple. Os usuários digitam a quantidade de dinheiro que querem enviar para o contato na janela iMessage e autenticam a transferência usando o TouchID.

“Somos uma das principais vozes sobre inteligência artificial no Canadá, e a integração da Siri em pagamentos de contas e transferências de P2P são exemplos de como nossos clientes já estão se beneficiando desses avanços em Inteligência Artificial”, diz Sean Amato-Gauci, vice-residente executivo de Cartões, pagamentos e bancos, RBC.

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Mobile Banking vs. Agencia Bancária

post_varejo (1)O canal preferido pelos brasileiros para realizar transações bancárias em 2016 foi o computador pessoal, responsável por 33% das operações. Mas as 16,7 bilhões de transações feitas em 2016 por equipamentos móveis, como celulares, mostram que esse canal tem ganhado cada vez mais a preferência dos brasileiros e já respondem por 28% das operações. Em 2015, essa participação era de 19%.

“Até o internet banking, que há algum tempo crescia 20% ao ano, tem perdido espaço. Em 2016, cresceu apenas 3%, enquanto a taxa de uso de celulares vem crescendo de 40% a 50% ao ano”, comenta Flávio Tulio Vilela, chefe do Deban. Segundo ele, a justificativa está na facilidade, na comodidade e na praticidade oferecidas pelos aplicativos desenvolvidos para dispositivos móveis.

Os números fazem parte das Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil referentes a 2016, publicadas na segunda-feira (10) pelo BC.
De acordo com o levantamento, agências e postos de atendimento continuam perdendo espaço. Em 2016, foram realizados 8,1 bilhões de transações bancárias nesses locais, 8% a menos que em 2015.

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Bitcoin – parte 2/3

bitcoin

Material retirado do livro “Do Escambo à Inclusão Financeira” – A Evolução dos Meios de Pagamento, publicado em novembro de 2014.

A mineração

O processo de mineração significa realizar uma série de cálculos matemáticos complexos para criar blocos adicionais na “cadeia de blocos” [block chain em Inglês], em que os mineiros são recompensados com 25 Bitcoins. A solução é então transmitida para toda a rede, e a competição por um novo bloco (e sua recompensa de vinte e cinco moedas) recomeça.

No começo, qualquer um armado com um computador comum pode baixar e executar o software BTC e obter (ou “minerar”) Bitcoins. Quanto mais poder de computação você puder dedicar à tarefa, melhor as chances de chegar em primeiro lugar em cada solução. Esta característica do sistema, pelo projeto, resultou em uma espécie de corrida computacional. Quatro anos depois do início do projeto Bitcoin, somente máquinas muito poderosas têm musculatura suficiente para manter o ritmo com os “mineradores” existentes na rede.

Desta forma, BTCs são extraídos como o ouro costumava ser, em quantidades pequenas em relação ao total, de modo que o fornecimento cresce lentamente. O nível de complexidade de mineração é regulado de modo a criar um fornecimento pré-estabelecido de novas moedas até o limite de 21 milhões de moedas incorporadas ao software; o último deverá ser extraído em 2140. Depois disso, presume-se que haverá bastante tráfego para manter benefícios que fluam na forma de taxas de transação, em vez de mineração novas moedas.

Da perspectiva do usuário, Bitcoin não é nada mais do que um programa aplicativo ou computador móvel que oferece uma carteira BTC pessoal e permite a ele enviar e receber bitcoins com eles. Nos bastidores, a rede Bitcoin compartilha uma contabilidade pública chamada “cadeia de blocos”. Esse livro-caixa contém todas as transações já processados, permitindo que o computador do usuário possa verificar a validade de cada transação. A autenticidade de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes com os endereços de envio, permitindo que todos os usuários tenham controle total sobre o envio de BTCs dos seus próprios endereços Bitcoin.

Um endereço é como uma conta bancária em que um usuário pode receber, armazenar e enviar Bitcoins. Em vez de ser protegido fisicamente em um cofre, BTCs são protegidos com criptografia assimétrica (chave pública – chave privada). Cada endereço consiste em uma chave pública, do conhecimento de todos, e uma chave privada – que o proprietário deve manter em segredo. Qualquer pessoa pode enviar Bitcoins para outra, utilizando a chave pública, mas apenas a pessoa com a chave privada pode gastá-los, seja transferindo para outra pessoa, seja fazendo um pagamento por uma produto ou serviço. Embora os endereços sejam públicos, ninguém sabe quais endereços pertencem a quais pessoas: endereços BTC são pseudônimos.

Depois de depositar seus Bitcoins em uma “carteira”, a carteira alerta [broadcasts] todos os outros usuários de BTC que ela contém Bitcoins. Esta informação é incorporada na cadeia de blocos. A carteira gera uma chave pública acessível a qualquer um e uma chave privada ou endereço que autoriza o envio de Bitcoins para outros endereços públicos.

Quando um usuário perde a carteira BTC, é o mesmo que estivesse perdendo uma carteira convencional. Bitcoins perdidos ainda permanecem na cadeia de bloco, assim como quaisquer outras BTCs, no entanto, ficam em estado dormente para sempre, porque não há maneira de alguém encontrar a chave privada que lhes permitiriam ser utilizados novamente.

Marc Andreessen, co-fundador da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, tem uma boa definição de como BTC funciona: “Bitcoin é uma contabilidade pública distribuída em toda internet”. Você “compra” uma “vaga” na contabilidade, seja “minerando”, com dinheiro ou com a venda de um produto e serviço. Você “vende” saindo da contabilidade e negociando sua BTC para alguém que quer entrar na contabilidade. Qualquer um no mundo pode comprar ou vender sua posição na contabilidade a qualquer hora que quiser – sem a necessidade de aprovação e com taxas muito baixas (ou mesmo sem taxa alguma). As “moedas” Bitcoin em si são simplesmente lançamentos no livro-razão, semelhantes, de alguma maneira, aos assentos em uma bolsa de valores, com a diferença que serem muito mais amplamente aplicáveis às operações do mundo real.

A contabilidade Bitcoin é um novo tipo de sistema de pagamento, sem a necessidade de um controle central para autorizar a transação, e em muitos casos, sem taxas. Essa última parte é extremamente importante. BTC é o primeiro sistema de pagamento no mundo onde as transações acontecem sem taxas ou com taxas muito baixas (frações de centavos). Sistemas de pagamento existentes cobram taxas de cerca de 2 a 3% – em mercados competitivos – ou significativamente mais elevadas.

Uma ótima analogia ao Bitcoin é a descoberta do antropólogo norte-americano Willian Henry Furness III que, depois de passar diversos meses na ilha de Yap (localizada no Pacífico e, naquela época, com uma população de 5 ou 6 mil habitantes), escreveu um livro sob o titulo A ilha da moeda de pedra [The Island of Stone Money], publicado em 1910. Com o mesmo título, o renomado economista Milton Friedman, escreveu o famoso artigo publicado em 1991. Para não perder a narrativa, faço aqui uma livre tradução de um trecho do texto original:

(…) [como] sua ilha produz nenhum metal, eles recorrem à pedra, cujo dispêndio de trabalho em buscar e confeccionar é tão verdadeiramente uma representação do trabalho como as moedas mineradas e cunhadas da civilização.

Seu meio de troca que eles chamam de “fei” consiste em pedras sólidas, grossas trabalhadas tal como rodas com diâmetro que variam de um a 12 pés, tendo no centro um buraco grande o bastante para ser inserido um poste forte o suficiente para suportar o peso e facilitar o transporte. Essas “moedas” de pedra [feitas de calcário encontrado em uma ilha à cerca de 400 milhas de distância onde] foram originalmente extraídas formatadas e trazidas para Yap por alguns ousados navegadores nativos, em canoas e em jangadas (…)[uma] característica notável desta pedra moeda (…) é que não é necessário para o seu proprietário exercer sua posse. Depois de concluir um negócio que envolve o preço de um “fei” muito grande para ser convenientemente movido, seu novo proprietário fica satisfeito em aceitar o reconhecimento de sua propriedade e, sem mesmo uma marca para indicar a troca, a moeda permanece em repouso nas instalações do antigo proprietário.

Meu velho e fiel amigo, Fatumak, garantiu-me que havia na aldeia próxima, uma família cuja riqueza era inquestionável, reconhecida por cada um, e ainda assim ninguém, nem mesmo a própria família, já tinha posto os olhos ou as mãos nessa riqueza que consistia de um enorme “fei”, cujo tamanho é sabido apenas por tradição; e assim tem sido nas últimos duas ou três gerações; naquele momento, [a pedra] está repousada no leito do mar.

Muitos anos atrás, um ancestral dessa família, em uma expedição na busca por “fei”, garantiu que esta pedra extremamente grande e valiosa, foi colocada em uma balsa para ser rebocada para casa. Uma violenta tempestade se levantou, e os tripulantes, para salvar suas vidas, foram obrigados a deixar a balsa à deriva, e a pedra afundou longe de suas vistas. Ao chegar em casa, todos eles testemunharam que o “fei” era de proporções magníficas e de qualidade extraordinária e que se perdeu, não por culpa do proprietário. Então ela (a pedra) foi universalmente admitida (…) e o mero acidente de sua queda no mar foi muito insignificante. Afinal, o fato de estar a algumas centenas de metros abaixo da água não deve afetar seu valor de mercado, uma vez que foi cortada da forma correta. O poder de compra da pedra permanece, portanto, como válido como se [a pedra] estivesse apoiada visivelmente contra a lateral da casa do proprietário …”