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A morte do Cartão de Plástico

Fim do Plastico

Excelente artigo publicado por Steven Q. Riddick, Director of Global Product Delivery da Global Payments. Vale a pena ler:

The Death of Plastic Payment Cards: Money’s Next Evolution

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Biometria simplificando payments

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Os meios de pagamento se tornam cada vez mais simples, fácil de utilizar, rápidos, seguros e mais baratos. Até aqui nenhuma novidade, certo?

Segurança e simplicidade nem sempre combinam muito bem, afinal o ato de autenticar o pagador é um dos processos que requer cuidados e nem sempre é simples.

Em uma transação de pagamento, independentemente do valor, há que estabelecer a confiança entre as partes afim de que o pagamento seja concluído. Assim, quando ofereço pagar com um cartão de crédito de uma bandeira conhecida, o recebedor, desde que seja credenciado à um acquirer, normalmente se sente confortável e seguro de receber o pagamento.

Entretanto, o que parece ser uma transação simples (e de fato é, se compararmos com outras formas de pagamento) envolve uma série de processos de comunicação, processamento e logística, além de requerer um terminal de captura, um cartão de pagamento, uma senha, etc.

Que tal eliminar o cartão e utilizar outro tipo de terminal de captura? Deixe sua carteira em casa! Este é o convite da Keyo, uma FinTech de pagamento que vê o futuro na palma de sua mão.

Utilizando biometrica como forma de autenticar e acessar a carteira eletrônica do pagador, a Keyo testa em algumas lojas na cidade de Chicago. O vídeo é autoexplicativo! Mas se trata de uma plataforma de pagamento biométrica que mapeia o padrão de vasos sanguíneos da palma da sua mão para criar um identificador biométrico exclusivo conectado ao seu cartão de crédito ou cartão de débito.

Veja a matéria de Karis Hustad no ChicagoInno.

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Por que outras industrias se interessam por meios de pagamento?

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A notícia publicada pela Olga Kharif, da Bloomberg, sob o título: GM e Mastercard querem que carros paguem contasmostra que diversas montadoras estão investindo em mobile payments, afim de oferecer uma nova experiência aos seus clientes na hora de pagar por combustível, estacionamento, pedágio, drive-thru, etc.

Uma tendência natural que já discutimos nesse blog em “O futuro é agora”. O pagamento se tornará cada vez mais invisível. O cliente decide o que consumir e o pagamento passa ser uma feito automaticamente. Muito de nós não vemos problemas ao automatizar pagamentos de pequena monta, principalmente relacionados ao consumo de produtos e serviços do dia-a-dia, como por exemplo, o cafezinho, almoço, Uber, o jornal, estacionamento, etc..

Mas por que, empresas como GM, Ford, VW, etc, querem “participar” do negócio de pagamentos? Você compraria um modelo diferente só porque vem com essa facilidade? Acredito que não.

Entretanto, a resposta pode ser simples, muitos fabricantes ainda mantém uma relação muito distante de seus consumidores. Analise, por exemplo, o seu caso com as montadoras de veículos. Quantas vezes você trocou de carro, algumas vezes da mesma marca, mas parece que para o revendedor e a montadora você está lá pela primeira vez. Eles não sabem nada a seu respeito nem como você utiliza seus produtos. Não são somente as montadoras, mas há uma grande distância entre o produtor e consumidor em diversos setores da economia.

Eureka!!!

Se as montadores puderem saber por onde você “roda”, o que consome, quando consome, etc. aí sim, saberiam algo a seu respeito e eventualmente poderiam lhe oferecer serviços e produtos adequados ao seu estilo, gosto e bolso. Afinal, na hora de fazer algum pagamento é que eventualmente revelamos quem somos, ao utilizar os meios eletrônicos de pagamento. Certamente isto não aplica a moedas virtuais como BitCoin.

Utilizando IoT (“Internet of Things”), ou seja, conectando seu veículo à internet e lhe oferecendo simplicidade e praticidade para fazer pagamentos, as montadores poderão reunir uma quantidade de informações importantes sobre os hábitos de seus clientes e, de certa forma, reduzir drasticamente a distância que existe entre fornecedor e consumidor. Muitas outras empresas tentarão fazer o mesmo, afinal, quanto vale essa informação?

Você concorda? deixe seu comentário!

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Cartão de crédito: Por que o lojista só recebe em 30 dias?

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Quando pesquisava para escrever o livro “Do Escambo à Inclusão Financeira”, recebi um e-mail de um amigo narrando como o prazo de pagamento ao lojista, nas vendas realizadas com cartões de credito, foi alterado para 30 dias. Bem claro e elucidativo, Victor Esteves nos relata uma parte da história e nos faz entender como foi importante para a industria se defender da inflação crescente dos anos 1980.

Prezado Edson

A seu pedido, segue a história de como mudamos o mercado brasileiro no tocante aos prazos de pagamentos aos estabelecimentos.

Quando entrei nesse negócio, em 1978, a praxe era pagar aos estabelecimentos em ‘oito, seis e quatro’. Essa era a maneira pela qual nos referíamos aos prazos, porque significava que o lojista podia receber em 24 horas (com 8% de desconto), ou com 6% (pagamento em 30 dias), ou ainda com 4% (pagamento, pasmem, em 60 dias). Na prática, todo lojista fazia suas vendas através dos comprovantes de venda, que eram anexados a um Resumo de Venda, que totalizava o valor o total de vendas, o total de gorjetas (quando era o caso), aplicava a taxa escolhida de acordo com a opção de recebimento escolhida, e levava à sua agência domicílio.

Praticamente 95% das vendas, ou mais, eram depositadas para crédito em 24 horas, mediante o desconto de 8%, que só incidia sobre o valor de vendas e nunca sobre a gorjeta (quando havia), já que a Credicard não queria ‘se indispor’ com os garçons, e por isso não fazia o desconto sobre a parte da gorjeta. Nesta época, quando nem internet havia, o cliente ‘passava o cartão’ numa maquineta de plástico que gerava um comprovante de venda em três vias de papel: uma ficava com o cliente, e as outras duas, com o estabelecimento.  No final do dia, o dono do estabelecimento pegava uma dessas vias — a que seria enviada à Credicard — e as juntava num bolo:  em cima dele, colocava uma capa — o ‘resumo de venda’, no jargão da indústria — no qual constavam a razão social, o domicÍlio bancário e a expressão ‘8.6.4’. (O lojista então marcava qual desconto preferia.)

Curiosamente, existiam alguns clientes que optavam por prazos diferentes do ‘a vista’, como a Casa Sloper, que continuava usando o prazo de 60 dias para fazer jus ao desconto mínimo de 2%. Não é à toa que acabaram fechando suas portas, ficando imortalizados apenas na música que a novela ‘O Astro’ popularizou.

O crédito era feito pela própria agência bancária, e 24 horas depois estava na conta corrente do cliente. Os atendentes do banco faziam a conferência do depósito apenas somando os valores e aplicando o desconto, e não era raro que os totais, bruto ou líquido, estivessem errados, gerando as famosas (na época) Ordens de Débito. Muitas vezes os clientes sacavam o valor e as ordens de débito não conseguiam ser compensadas, gerando Ajustes a Débito que vinham para os assistentes comerciais (meu cargo na época) cobrarem em visitas pessoais. Era a pior parte do trabalho…

Com esse sistema, as fraudes eram constantes e existia uma máfia que buscava as cópias de carbono dos comprovantes de vendas, preparavam cartões usando uma fita em alto relevo que se comprava fácil na época (ROTEX, creio) e depois distribuíam isso em lojistas previamente selecionados, cúmplices da prática.

Mesmo assim o sistema como um todo funcionava bem, e em 1978 a Credicard obteve seu primeiro lucro, depois da fase terrível de 74 a 76, quando se dizia que ‘o avião Credicard’ havia perdido o rumo. Essa imagem do avião era sempre usada nos treinamentos, quando se contava a história da Credicard.

A economia, todavia, ia de mal a pior, e o Governo do General Figueiredo, mesmo com os césares da economia da época (Delfim Netto, Simonsen e Roberto Campos) não conseguia domar o ‘dragão’ da inflação. Como emissor e adquirente ao mesmo tempo, a equação de lucratividade da Credicard era relativamente simples. Havia as receitas de emissor (inscrição, anuidades e juros sobre o ‘revolving credit’), pagas pelo usuário do cartão. As receitas de adquirência, pagas pelos lojistas, vinham das taxas de desconto, unicamente.

Com o crescimento da inflação, os usuários de cartões passaram a usar ao máximo o ‘grace period’, de tal forma que a maioria dos atendimentos a portadores era para responder à pergunta de ‘qual o melhor dia para comprar’. Quanto mais perto da data de corte (fechamento da fatura) fosse a compra, maior o ‘float’ que o portador ganhava. Até que, em 1984, esse ‘float’ já se aproximava de 25 dias, e os 8% de receita do estabelecimento não cobriam mais o custo financeiro deste float, ou seja, a Credicard tinha que ir ao mercado buscar dinheiro para pagar aos estabelecimentos em 24 horas, e o custo dos 24 dias estava se aproximando ou superando a receita de 8%.

A previsão era que o negócio se inviabilizasse em pouco tempo. O chefe da operação de estabelecimentos convocou todos os gerentes e representantes comerciais ao Rio e mostrou o terrível panorama. Tratava-se de salvar o negócio, e para isso precisávamos eliminar completamente o pagamento à vista.

O objetivo era renegociar as taxas de desconto de 8% para 4% ou 2%, renegociando o prazo para 15 ou 30 dias. Fizemos um ensaio de um dia (fomos para a rua com clientes escolhidos para testar a receptividade) e lógico que os lojistas não gostaram nada da novidade. Mas o fato é que havia flexibilidade e, graças a uma campanha agressiva e a um excelente trabalho de campo, em poucos meses tínhamos mais de 80% dos estabelecimentos recebendo em 30 dias, cerca de 15% em 15 dias e apenas 5% resistiram e continuavam com pagamento à vista. Em menos de um ano esses 5% tinham cancelado ou migrado, e o negócio pôde continuar saudável — e o principal, adaptado para qualquer nível de inflação. Em alguns anos a reação tomou corpo, materializada na famosa ‘sobretaxa’, que diferenciava o pagamento em cartão do pagamento em dinheiro, em uma variação normalmente de 10% de desconto para quem pagasse em ‘cash’.

Essa é a história. Qualquer dia, se te interessar, te conto como é que as taxas cresceram de 2% para até 5% e porque os prazos subiram para 31 dias. Acredite se quiser, isso se deve à compra do Diners pela Credicard, em 1985. E em 1986, o plano Cruzado fez nova mexida nas taxas, mas a Credicard novamente conseguiu se dar bem, enquanto outros cartões, como o Nacional, quase quebraram e geraram a demissão do presidente da época.

abraços, Edson,

Victor Esteves

Assim, enquanto no mundo inteiro o banco emissor do cartão de crédito é quem faz o funding para todo o sistema de pagamentos, no Brazil, por conta de uma inflação crescente, a líder Credicard alterou o prazo de pagamento ao lojistas a ponto de transformar um float negativo de 24 dias, para um float positivo de 5 dias.

Como resultado, o varejo brasileiro passou a financiar o sistema de pagamentos com cartão de crédito. Uma clara transferência de renda do comercio para o setor bancário.

Vale lembrar que em 1984, pouco menos de 100 mil lojistas aceitavam cartões de crédito no Brasil e se localizavam somente nas grandes cidades. O volume de vendas com cartões era relativamente pequeno ou quase nada, quando comparando aos 32% de penetração no consumo privado das famílias brasileiras de hoje. Além disso, o lojista já financiava seus clientes através de cadernetas, carnês e cheques pre-datados. Não foi difícil aceitar as condições impostas na época.

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Mudanças “à vista”

A POS

Veja a matéria de Geraldo Samor – Brasil Journal – sobre a possível redução de prazo na liquidação das transações com cartões de crédito junto aos varejistas. A matéria afirma que o Banco Central pretende reduzir o prazo para pagamento ao lojista, de 30 dias para 2 dias, nas vendas efetuadas através de cartões de crédito.

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Varejistas vão ao CADE contra a Cielo

concorrenciadesleal

Em setembro de 2014 publicamos um “white paper” sob o título “O LENTO PROGRESSO DA COMPETITIVIDADE NA INDÚSTRIA DE MEIOS DE PAGAMENTO”. Dois anos depois a situação mudou muito pouco. Entretanto, uma denúncia coletiva no CADE contra a líder do mercado pode dar novo rumo às discussões em curso.

Veja a matéria de Natalia Viri, do Brazil Journal: “Varejistas vão ao CADE contra a Cielo”

A denúncia é assinada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Associação Nacional de Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).