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Desmistificando as soluções antifraudes

 

Quando falamos de gestão de lojas online, uma das grandes preocupações que surgem é o temido chargeback, causado principalmente por compras efetuadas com cartões fraudados. 

Para resolver esse problema, a vasta maioria dos ecommerces protegem-se utilizando os tão conhecidos antifraudes. 

O antifraude é basicamente uma ferramenta que, após a pré-autorização da compra com cartão de crédito, analisa uma série de dados coletados de uma compra online e calcula um score de risco para essa compra. Compras avaliadas como de alto risco são negadas.

Essa avaliação do antifraude é crítica e impacta diretamente o P&L da loja. Se o antifraude não conseguir detectar a fraude, a loja entregará um produto para o fraudador, e a loja nunca vai receber o dinheiro. Se o antifraude começar a negar transações lícitas, por considerá-las suspeitas, a loja perderá vendas. Assim, qualquer falso positivo ou falso negativo do antifraude representa um prejuízo no bolso do ecommerce.

 

Medindo a performance dos antifraudes

Uma das coisas que mais vejo de dúvida em relação aos antifraudes é como avaliar sua performance. Como saber se ele é bom? ou como comparar com um outro antifraude?

Quanto melhor for um antifraude, melhor ele vai ser nas três métricas de performance:

  • custo do antifraude por transação
  • percentual de vendas com chargeback
  • taxa de aprovação do antifraude

O interessante é que essas métricas trabalham em sentido contrário: se você melhora uma delas, as outras tendem a piorar. Se você melhorar duas delas, a terceira com certeza vai piorar. E daí vem a confusão. Eu já vi gestores de loja super felizes dizendo: “Estou pagando super barato em um antifraude que quase não me dá chargeback” aí eu pergunto: “E como está sua taxa de aprovação?” Aí ele olha e descobre que está sendo negado 25% das suas vendas!

Antifraudes com baixo custo e baixo chargeback tendem a ter baixa taxa de aprovação. 

Por outro lado, se você tiver um antifraude que tem baixo chargeback e alta taxa de aprovação, possivelmente o custo da solução será alto. Na prática, o antifraude estará investindo muitos recursos (que vamos entender mais a frente) para garantir a assertividade do score. Soluções assim são úteis para produtos de ticket muito alto, ou com alta incidência de fraude como notebooks e celulares.

Por fim, se algum antifraude oferecer um serviço de baixo custo e com uma baixa taxa de negação, preocupe-se imediatamente com o nível de chargeback.

A melhor forma de analisar a performance de um antifraude é analisar as três métricas de performance sempre juntas. Não existe um número mágico para cada uma delas, pois dependendo do seu negócio, da sua estratégia, e do momento do seu ecommerce essas métricas podem variar. 

Apesar de não ser tema deste artigo, essas métricas valem inclusive para todas as variantes de soluções antifraude, incluindo soluções de autenticação, como o 3DS, ou de verificação de biometria facial. Nesses casos o chargeback reduzirá muito, então olho no custo e principalmente na taxa de autorização.

Na prática, o que vai fazer um antifraude ser melhor que outro é a qualidade do seu modelo de avaliação de risco. Um melhor modelo vai, com um menor custo, impedir o chargeback sem comprometer a taxa de aprovação.

 

Por dentro do modelo de um antifraude

Mas como funciona esse tal modelo em uma solução de antifraude? Tipicamente o modelo de antifraude tem duas etapas: 

  1. Análise automática e 
  2. Análise manual (ou mesa de análise). 

A análise automática é realizado através da (i) coleta de informações associadas a compra, como por exemplo, dados do comprador, itens do carrinho, experiência de navegação, dados de pagamento e (ii) enriquecimento dessas informações com dados proprietários do antifraude e dados externos de bureaus de crédito para (iii) ser processado pelo modelo de scoring. 

Um antifraude pode utilizar três tipos de modelos para analisar automaticamente uma compra:

  • modelos de regra: São os primeiros modelos de antifraude que surgiram. É composto basicamente por um grande conjunto de regras programáveis que coletam uma série de informações da compra e atribuem pontos para determinadas condições, tendo como output o score da compra. Por exemplo: Atribui-se pontos de risco para quem compra pela primeira vez, ao valor da compra e pela região do cartão de crédito. Pode existir uma regra que se um comprador estiver comprando pela 1a vez, o valor da compra for acima de R$1.000 e estiver usando um cartão emitido na Rússia o score de risco fica tão alto que a compra é negada. Esse modelo, além de bem intuitivo, quando bem calibrado por especialistas e sempre atualizado, traz bons resultados.
  • modelos de machine learning: Neste caso, o modelo recebe uma série de dados da compra, semelhante ao caso anterior e alimenta um modelo que é treinado para identificar padrões de compras fraudulentas. A vantagem é que esses padrões nem sempre são intuitivos para nós humanos, e são únicos por loja, o que melhora demais a assertividade. A desvantagem é que esses modelos podem demorar algumas semanas para “aprender” e ser performáticos, necessitando no início da operação de alguns cuidados.
  • modelos híbridos: Combinam o melhor do modelo de regras com o de machine learning para calcular o score, podendo ou não abrir a configuração e criação das regras para o lojista. Hoje em dia, muitos modelos de antifraude do mercado são híbridos e têm ótimos resultados.

Após  passar no modelo automático, é gerado um score da compra em poucos minutos ou até segundos: 

  • Se o score for bom (por exemplo o mesmo cliente comprando pelo quinto mês seguido na mesma loja e com o mesmo cartão) a transação é aprovada na hora. 
  • Se o score for ruim (por exemplo, alguém comprando 5 celulares com um cartão já identificado como fraudulento e entregando em um endereço onde já ocorreu fraude) a compra é recusada na hora. 
  • Mas existe um meio termo onde o score fica em uma zona cinza e o modelo automático não consegue ser assertivo. É o momento em que muitos antifraudes utilizam a análise manual. É usado para “desempatar” o modelo automático e conta com profissionais experientes que avaliam cada transação, podendo em certos casos até contactar o comprador. 

 

O impacto da análise manual

Para um antifraude, uma transação que envolve uma análise manual custa em torno de 10 vezes o custo de uma transação que foi decidida automaticamente. Assim, o antifraude calibra o percentual das transações que vai usar análise manual para não impactar o custo final do serviço para seus clientes. Existem antifraudes, que para entregar alta assertividade, usam análise manual para 15% das transações, enquanto que existem outros, que com o objetivo de entregar um preço altamente competitivo praticamente não usam análise manual e para evitar o chargeback, tendem a aprovar menos transações. É o caso já discutido do baixo custo, baixo chargeback que penaliza a métrica de aprovação.

Pelo alto custo e pela lentidão que a análise manual traz ao processo de aprovação de compra, as empresas de antifraude estão evoluindo sua tecnologia de detecção para reduzir a necessidade da análise manual. Alguns novos players de antifraude já oferecem soluções que dispensam a análise manual. Para esses casos, fica a recomendação de se verificar as três métricas de performance. 

Assim, entender como um antifraude utiliza a análise manual pode dar uma boa ideia de como será sua taxa de aprovação. 

 

Garantia de chargeback vale a pena?

Alguns antifraudes oferecem soluções que reembolsam o chargeback, chamada de garantia de chargeback. Pensando novamente naquelas três métricas, isso significa que a alavanca do chargeback vai para 0%. Então, o que na prática acontece, é que ou o serviço fica bem mais caro ou a taxa de aprovação piora muito. Outro ponto a considerar é que a empresa de antifraude vai estimar de forma conservadora um custo de reembolso de chargeback e vai precificá-lo no serviço. E se o chargeback real for acima do estimado, em poucos meses haverá uma reprecificação. Por todos esses motivos, na minha opinião, vale mais a pena o ecommerce arcar com o chargeback e negociar um bom preço por transação. 

 

Portanto, agora que você já tem um conhecimento bastante amplo sobre o mundo dos antifraudes para compras online, quando for escolher o do seu ecommerce, lembre-se de sempre analisar as 3 métricas de performance de forma conjunta, perguntar como funciona o modelo de antifraude e como ele se diferencia em relação aos concorrentes e por fim entenda como o antifraude faz uso de análise manual.

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Marketplaces – As principais decisões em Payments

Iniciando uma operação de marketplace no seu ecommerce? Saiba o que você precisa estar atento para fazer a melhor escolha do seu provedor de pagamento.

A decisão de transformar seu ecommerce em um marketplace implica uma série de mudanças em sistemas, processos, operação, controles e na própria estrutura organizacional. Passar a vender produtos de terceiros, comumente chamados de Sellers, ao invés de apenas os próprios geram impactos na forma de gerir o catálogo, no pedido, no carrinho de compras, na operação logística entre outros. 

Em relação a pagamentos não é diferente. A principal mudança em relação a pagamentos é que antes uma venda no ecommerce gerava um pagamento para apenas um recebedor, enquanto que uma venda de um marketplace gera pagamentos para vários recebedores. Desta forma, a principal funcionalidade de pagamento que um marketplace precisa avaliar é a de distribuição de pagamento para os seus Sellers.

Para distribuí-los para seus Sellers, o marketplace terá que tomar uma decisão: 

  1. Solicitar autorização ao Banco Central para receber todo o pagamento das vendas e posteriormente distribuí-los por conta própria aos Sellers ou 
  2. utilizar a funcionalidade de Split de Pagamentos onde a responsabilidade de divisão dos pagamentos é feita pelo provedor de pagamentos escolhido

Na primeira opção, a grande vantagem é o total controle do fluxo financeiro pelo marketplace, que após receber todo valor das vendas do provedor de pagamentos, controla e distribui pagamentos aos seus Sellers de acordo com seus respectivos produtos vendidos. A grande desvantagem é a complexidade: Necessidade de autorização do Banco Central bem como necessidade regulatória de controles e relatórios, sem contar com o custo de implementação de sistemas, processos e pessoas no backoffice para distribuição e uma excelente conciliação dos pagamentos. 

Na segunda opção, para cada transação, o marketplace informa ao provedor de pagamentos a lista dos recebedores com os respectivos valores, e o provedor de pagamentos se encarrega de fazer todos os pagamentos nas contas de múltiplos Sellers. Assim, o marketplace receberá apenas os valores referentes à venda dos seus próprios produtos somada à comissão sobre os produtos vendidos dos Sellers. A grande vantagem é a simplicidade e o time-to-market, pois toda complexidade de pagar múltiplos recebedores é resolvida pelo provedor de pagamentos. Mas a desvantagem é o custo de transação em geral ser mais cara por incluir esse serviço e ser uma solução de prateleira que pode não se adaptar totalmente às necessidades particulares do marketplace, como por exemplo regras personalizadas de retenção da comissão cobrada do Seller quando o consumidor devolve o produto, baseado no motivo da devolução. 

Na prática, a grande maioria dos ecommerces que iniciam uma operação de marketplace decidem pelo split de pagamentos para, depois de ganharem volume, decidirem se vão concentrar e gerenciar os pagamentos aos Sellers por conta própria.

No caso da decisão for iniciar com Split de Pagamentos, alguns detalhes importantes para verificar com seu provedor de pagamentos:

Seu provedor de pagamentos, além do split do pagamento do cartão de crédito, também faz o split de boleto e Pix? Importante lembrar que cartão é apenas um dos métodos de pagamentos.

Seu provedor de pagamentos entrega bons relatórios de conciliação? A complexidade dos recebíveis aumenta exponencialmente, então uma boa conciliação é fundamental: como exemplo, uma compra envolvendo produtos próprios e terceiros em 12x envolve no mínimo 24 recebíveis ao longo de um ano. Muito fácil se perder. 

Seu provedor de pagamentos permite o marketplace reter pagamentos e liberá-los mediante a confirmação da entrega do produto? Sem essa funcionalidade, o Seller pode receber pagamentos de boleto, Pix ou até cartão sem ter ao menos enviado o produto, o que gera um significativo risco de fraude.

Por último, mas não menos importante: Seu provedor suporta o split de pagamentos para fluxos de estorno, cancelamento e chargeback? Chamam esses fluxos de “fluxo de exceção”, mas hoje em dia eles são mais regra do que exceção com, por exemplo, percentual de devolução chegando a 20% dos pedidos no segmento de vestuário. Então é vital o split contemplar todas essas operações, caso contrário é bom dobrar o time que cuida do serviço ao cliente, e o de relacionamento com Sellers pois as reclamações vão disparar. 

Portanto, ao iniciar sua operação de marketplace, o gestor do ecommerce deve ser bem criterioso na escolha do seu provedor de pagamentos para garantir uma distribuição dos pagamentos correta e eficiente para seus Sellers.

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Visão HOLÍSTICA da Gestão de Riscos®

COMO  VOCÊ EXPLORA OS RISCOS NA SUA EMPRESA

Este artigo, que aqui reproduzo, contempla uma visão muito apropriada sobre como a análise de riscos possui uma abrangência que transcende aquela visão, por vezes míope, sobre o core business, sem que se avalie os demais processos que interagem entre si.

Olhar a floresta e não a árvore. Muitas vezes a análise e avaliação ocorrem com um olhar pouco abrangente sobre todos os processos que envolvem o business e não raro descobrimos ameaças que podem ser mitigadas rapidamente, minimizando ou mesmo eliminando-as.

Para uma gestão eficaz de risco é necessária uma visão abrangente, contemplando todos os processos da empresa de modo a identificar gaps, riscos ocultos e também oportunidades de melhoria.

Os riscos podem surgir de forma instantânea na revisão dos processos ou então podem estar ainda não perceptíveis, porém através de uma análise mais aprofundada acabam sendo detectados.

Introdução:

Um novo comportamento tem gerado a aplicação de mecanismos com o intuito de não apenas detectar e mensurar possíveis problemas, como também oferecer recomendações de melhorias. Entre esses mecanismos destacam-se a cultura organizacional, controles internos e gestão de riscos. Essas expressões estão incorporadas ao vocabulário de executivos e tomadores de decisões das empresas.

As organizações estão susceptíveis a mudanças cada vez mais complexas e imprevisíveis e sujeitas a incertezas em todos os elementos do sistema, principalmente nos objetivos e no ambiente que estão inseridos.

Gerenciar uma empresa, nada mais é do que gerir o universo de riscos inerentes ao seu negócio, visando mitigar, transferir ou eliminar a existência de impactos e ou perdas financeiras e sucessivamente para aumentar a sua probabilidade de sucesso. Neste contexto, a gestão de riscos empresariais se apresenta como base para um modelo das boas práticas de governança.

Também sabemos que, “Risco está relacionado à escolha, não ao acaso, pois decorre da incerteza inerente ao conjunto de possíveis consequências (ganhos e perdas) que resultam de decisões tomadas diariamente pela organização”, onde toda organização está situada num universo de riscos.

Conceitos:

O termo holismo origina-se do grego holos, que significa TODO. A visão HOLÍSTICA de uma empresa se equivale a se ter uma “imagem única”, sintética de todos os elementos da empresa, que normalmente podem ser relacionados a visões parciais abrangendo suas estratégias, atividades, informações, recursos e organização (estrutura da empresa, cultura organizacional, qualificação do pessoal, assim como suas interconexões). A visão Holística dos riscos tem como base que a empresa não pode mais ser vista como um conjunto de departamentos que executam atividades isoladas, mas sim como em conjunto único, um sistema aberto em contínua interação entre os gestores para a tomada de decisão tática mais eficaz.

 Na visão holística, os controles dos processos e gestão de riscos nas empresas devem ser analisados pelo todo e não isoladamente. Ou seja, reunir os componentes dessa forma é reconhecer a importância da abordagem integrada. 

Vantagens Estratégicas:

A continuidade da abordagem integrada permite vantagens estratégicas no competitivo cenário globalizado, que contribuem para a eficiência e melhoria nos processos e, consequentemente, dos resultados. Isso garante competitividade, sustentabilidade, governança, gestão de risco, redução de custos e erros para os negócios. (Por Wagner Fachetti) 

Atualmente, as empresas investem de modo mais consciente, visando obter benefícios de negócios, tais como aumento da eficiência operacional, melhores níveis de serviço, maior agilidade ou menores riscos para as operações. Se há um tema em que os gestores das empresas devem tomar atenção diariamente, é a presença e o efeito do risco em todas as decisões estratégicas, táticas e operacionais nas empresas e ter uma visão de que a sua gestão não se restringe a busca de proteção do negócio e sim, conhecer as operações “PROCESSOS”, identificar, avaliar e tratar os “RISCOS” com planos de ações práticos…. 

10 princípios:

Além disso, teremos que nos atentar para 10 princípios que devem ser base do monitoramento tanto no diagnóstico quanto no processo da visão HOLÍSTICA de gestão de riscos nas companhias, sendo: 

1º – Entender que o risco está em todos os lugares. 

2º – Antecipação e avaliar que o risco é uma ameaça e uma oportunidade. 

3º – Observar que somos ambivalentes com relação ao risco e nem sempre racionais em nossa maneira de avaliar ou lidar com ele. 

4º – Saber que os riscos não são gerados de uma única maneira. 

5º – Saber que os riscos podem ser mensurados. 

6º – Ter uma boa mensuração, identificação e avaliação dos riscos para que esta possibilite ao gestor tomar melhores decisões. 

7º – Entender que a chave do sucesso para uma boa gestão de riscos está em decidir quais riscos devem ser evitados, quais devem ser transferidos e quais devem ser explorados ou mitigados. 

8º – Entender que a recompensa da melhor gestão de riscos é um maior valor da empresa, onde temos a visão holística dos riscos existentes no negócio. 

9º – Compreender que a gestão de riscos é um trabalho de todos e que a disseminação da cultura de riscos e controles, torna-se prioridade máxima para o sucesso empresarial. 

10º – Saber que as organizações que assumem riscos com sucesso não chegam lá por acaso. 

Se há um tema em que os gestores das empresas devem tomar atenção diariamente, é a presença e o efeito do risco em todas as decisões estratégicas, táticas e operacionais nas empresas e ter uma visão de que a sua gestão não se restringe a busca de proteção do negócio e sim, conhecer as operações “PROCESSOS”, identificar, avaliar e tratar os “RISCOS” com planos de ações práticos.

Conclusão:

Portanto, a gestão de riscos e controles internos deve promover alterações na forma de pensar, agir e aplicar políticas e processos, as quais devem estar fundamentadas em boas estratégias e no fortalecimento do ambiente de controle das empresas. Certamente, essa cultura, se adotada uniformemente, trará benefícios na geração de resultados para os investidores e melhoria da gestão do conhecimento dos colaboradores. 

Com isto, os gestores de riscos, governança e compliance das empresas não devem perder mais tempo, e ter já uma VISÃO HOLÍSTICA DOS RISCOS para poderem oferecer vantagem competitiva às suas empresas, caso contrário nosso setor ficará restrito no nível operacional. 

Fonte: Livro de Gestão Estratégica do Risco, autor Aswath, Damodaram. Www.coso.org TCC: Olavo Viana Cabral Netto UMA VISÃO HOLÍSTICA DA INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

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Uso de Design Thinking dentro do processo criativo do mercado financeiro

O conceito de Design Thinking é aplicar os princípios de design à maneira como as pessoas interagem com o mundo, em vez de focar apenas na estética. Um processo iterativo no qual você tenta conhecer o usuário, desafiar suas próprias suposições e convicções e redefinir problemas na tentativa de identificar diferentes soluções que podem não ser facilmente aparentes usando métodos convencionais.

Na Colink, há algum tempo, temos nos utilizado deste ferramental quando precisamos liderar processos de criação e inovação dentro dos nossos clientes, nos servindo de guia para a transformação digital. Isso tem nos permitido ajudar nossos clientes na criação, construção e implantação de produtos financeiros que tragam valor expressivo aos seus clientes finais, com o menor número de pivotagens, já que o cliente é colocado no centro do processo criativo logo na partida.

O artigo abaixo apresenta uma visão, ainda que bastante introdutória, ao uso do Design Thinking na criação de produtos financeiros. Percebam que não estamos analisando o uso de Design Thinking apenas para definição de um App mobile ou de uma funcionalidade de um internet banking, mas sim do desenho e na experiência de um produto financeiro como um todo.

https://www.mygreatlearning.com/blog/design-thinking-changing-banking-industry/

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Recebíveis de cartões – mudanças à vista

A publicação da Finsiders de 7/10/22, traz com exclusividade, uma matéria do Danylo Martins, sobre as possíveis mudanças que o Banco Central do Brasil pretende fazer na normas que regulam o registro de recebíveis de cartões de pagamento.

Transparência, eficiência e competitividade fazem parte dos objetivos do Bacen, que está sempre buscando aperfeiçoar as normas e regras sob sua responsabilidade. Ainda é cedo, mas o texto traz algumas dicas de mudanças. Vale a pena conferir na matéria exclusiva “BC prepara mudanças na regulação dos recebíveis de cartões”

 

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Iniciação de pagamento é chave para a popularização do Open Finance no Brasil 

Por Marcelo Martins

No Reino Unido, o Open Banking atingiu os 6 milhões de usuários em junho, menos de quatro meses depois de chegar ao marco de 5 milhões, segundo o Open Banking Implementation Entity (OBIE), o que também representou um aumento de 500% em comparação com o ano de 2021. O crescimento exponencial no País coincide com o momento em que o Payment Initiation Service Provider (PISP) – que em português entendemos por Iniciação de Transação de Pagamento (ITP) – está caindo nas graças dos britânicos. 

O serviço que tem como premissa facilitar transações de pagamento tem sido popularizado com seu uso em e-commerces e aplicativos, isso porque os consumidores pagam diretamente das suas contas (A2A Payments), sem mais precisar de cartões de débito ou crédito. Por lá, já é possível pagar até mesmo em parcelas por essa modalidade. Esse movimento, segundo estudo da entidade governamental Crown Commercial Service UK, aumentou em 46% o número de conversão nos pagamentos realizados por usuários que utilizaram esse novo fluxo de iniciação para realizar compras. 

Para a chefe de engajamento de stakeholders da OBIE, Constanza Feijóo, os números evidenciam que a população tem optado por efetuar seus pagamentos de uma maneira rápida, sem atritos e mais segura. Escolhas que todo consumidor faria e que aqui no Brasil não é diferente. A ascensão do serviço de ITP vem junto com a mudança de hábitos ao comprar, principalmente em um mundo que vivenciou períodos longos de isolamento social nos últimos anos por causa da pandemia. 

No Brasil, as compras online se tornaram cada vez mais frequentes e caminham para se tornar a primeira opção no gosto do consumidor. Um estudo realizado pelo ConQuist Consultoria, mostra que 71% dos brasileiros já preferem comprar por e-commerce. A hegemonia das compras no ambiente virtual deve passar também pela implementação do ITP no Brasil que, ao meu ver, acontecerá de uma forma ainda mais bem-sucedida do que tem acontecido no UK, pois por aqui já possuímos um ecossistema gigantesco e bem estruturado, o Pix. 

Regulado pelo Banco Central, atualmente apenas o Mercado Pago, Banco do Brasil, Itaú e mais 8 instituições estão autorizados a operar como ITP. Essas instituições estão aprimorando a execução do serviço para que logo passem a fornecer para seus clientes. Quando chegar ao consumidor, se tornará algo tão corriqueiro que o usuário final mal se lembrará de como era fazer compras online antes da Iniciação de Pagamento. 

Recentemente, a instituição Juniper Research descobriu que o valor das transações globais de pagamento facilitadas pelo Open Banking excederá US$ 116 bilhões em 2026. Esse boom será impulsionado pelo aumento da conscientização sobre os recursos do Open Banking pelo mundo e parte desse sucesso previsto certamente virá do Brasil. O ITP é o serviço mais aguardado da fase 3 do Open Finance porque é ele quem dará o impulso mais importante para que o Open Finance caia nas graças, no bolso e cotidiano dos brasileiros. 
*Marcelo Martins é sócio da Colink Business Consulting, CEO do Iniciador, Diretor da ABFintechs e especialista no arranjo Pix e em Open Payments.