Categorias
CADE Carteira Digital Cartões de Pagamento Cielo Credenciadora Digital Empreendorismo Market Places Meios de Pagamento Mobile Payments PagSeguro Payments PayPal Rede Serviços Financeiros Stone Subcredenciadoras

PagSeguro adquire a Wirecard

PagSeguro Internet S / A (“PagSeguro”), uma subsidiária integral da PagSeguro Digital Ltd. (Bolsa de Valores de Nova York: ticker PAGS), assinou acordo para adquirir 100% da Wirecard Brazil S.A., sujeito a aprovações do Banco Central do Brasil e autoridades antitruste. Veja o anúncio aqui.

A entrada da empresa alemã Wirecard noBrasil se deu em 2016, quando adquiriu a brasileira Moip por R$165 milhões. A PagSeguro não divulgou os valores da transação.

De acordo com o comunicado, a Wirecard tem uma equipe experiente que construiu uma poderosa solução de pagamento online, com mais de 200 mil clientes, incluindo plataformas de e-commerce, marketplaces e plataformas de loja virtual. Além disso, suas soluções online estão disponíveis por meio da programação de aplicativos interfaces (APIs) e são integrados em mais de 40 sistemas de plataforma de loja virtual (e-commerce).

A Wirecard oferece um amplo conjunto de soluções multifuncionais de pagamento online, incluindo:
• E-commerce: Diversas opções de checkout e pagamento usadas em milhares de sites de comerciantes.
• Recorrência: Os comerciantes podem facilmente agendar cobranças e pagamentos recorrentes de seus clientes, como assinaturas periódicas e taxas mensais.
• Dividir pagamentos (com e sem custódia): amplamente utilizado por mercados para dividir pagamentos e comissões em tempo real.
• Triagem Antifraude: Modelos de risco e processos estruturados para garantir um dos mais altos taxas de aprovação no mercado (98,5% de aprovação), com baixas taxas de chargeback.

Para o PagSeguro, a aquisição da Wirecard Brasil trará diversas vantagens, a começar pelo volume de pagamento total incremental. Além disso, a combinação dos principais pontos fortes do PagSeguro (marca, portfólio completo de dispositivos POS, reconciliação de transações e PagBank) e do Wirecard Brasil (a conjunto dinâmico de soluções online que são complementares às soluções centrais do PagSeguro), nos permitirá oferecem opções de pagamento mais amplas e contas de pagamento digital de ponta a ponta integradas que são 100% omnichanal para milhões de clientes.

Categorias
Banco Central Carteira Digital Cartões de Pagamento Digital Empreendorismo Meios de Pagamento Mobile Payments Moeda Virtual Payments Regulamentação

Banco Central estuda emitir moeda digital – CBDC


Tunnel of binary code on a black background. The inscription CBDC. Concept Digital Currency Central Bank

Objeto de estudo mundial, a emissão de moeda digital por bancos centrais (central bank digital currency – CBDC) pode ser uma possibilidade para aprimorar o modelo vigente das transações comerciais entre as pessoas e mesmo entre países. Com o intuito de antever o futuro das relações financeiras, o Banco Central formou um grupo de trabalho para discutir impactos de uma eventual emissão de moeda digital no Brasil.

O BC pretende investigar os alcances de uma CBDC, assim como os benefícios para a sociedade, considerando as especificidades e os desafios do contexto nacional. A iniciativa avaliará, também, como uma moeda eletrônica pode trazer benefícios complementares aos que estão sendo introduzidos com a implantação do Pix, sistema de pagamentos instantâneos, que começa a funcionar em novembro.

Segurança
Entre os objetivos do grupo de trabalho estão a proposição de modelo de eventual emissão de moeda digital, com identificação de riscos, incluindo a segurança cibernética, a proteção de dados e a aderência normativa e regulatória e a análise de impactos da CBDC sobre a inclusão e a estabilidade financeiras e a condução das políticas monetária e econômica.

Uma CBDC distingue-se de criptomoedas sem fidúcia (garantia) nacional, como bitcoins, porque trata-se de apenas uma nova forma de representação da moeda já emitida pela autoridade monetária nacional, ou seja, faz parte da política monetária do país de emissão. Essa nova forma de moeda pode provocar mudanças substanciais no Sistema Financeiro Nacional. Dessa forma, o estudo irá comparar os potenciais benefícios de uma CBDC no aprimoramento do bem-estar e na preservação da cidadania financeira de sua sociedade com os riscos inerentes dessa nova forma de pagamento.

Categorias
CADE Carteira Digital Cartões de Pagamento Cielo Credenciadora Elo Empreendorismo FinTech Hiper MasterCard Meios de Pagamento Mobile Payments PagSeguro Payments Rede Serviços Financeiros Stone Visa

Stone e Linx – movimento para liderar

A estratégia da Stone é adicionar serviços baseados em tecnologia. A Linx já é uma empresa consolidada em tecnologia e pretende adicionar serviços financeiros, começando por pagamento. Juntas podem tomar a liderança do mercado.

por Luis Filipe Cavalcanti e Edson Santos

Em seu livro “O Modelo Delta: Reinventando sua Estratégia de Negócios”, o professor Hax ressalta que tratar a estratégia como uma guerra não é a forma mais efetiva de gerenciar um negócio, afinal guerras levam à devastação.

Os clientes, e não os competidores, que devem ser o centro ou a força motriz da estratégia, o que passa por entender profundamente as necessidades e apoiar os clientes de uma forma mais efetiva. Com o novo mundo digital e as tecnologias disponíveis, é possível implementar estratégias para atender as necessidades dos clientes de forma única e individual.

Indo além, ele propõe no modelo “Delta”, o conceito de empresa estendida (“extended enterprise”), em que a definição da estratégia parte não apenas das necessidades dos clientes, mas também das capacidades da empresa, seus fornecedores e complementadores para enriquecer a proposta de valor.

Diferentemente das propostas do professor Hax, o mercado de cartões de pagamento brasileiro tem caído nas armadilhas da comoditização de produtos e serviços, imitação da concorrência e guerra de preço. Ao longo da história, as duas principais empresas líderes no setor têm tido dificuldades em implementar estratégias para atender e agregar valor ao cliente final, enquanto observam a chegada de uma nova concorrência.

Mas a guerra brutal pelo mercado será vencida por aqueles players que conseguirem atender as necessidades do varejista além de pagamentos. Isso significa entender a cadeia de valor do comerciante, identificar “dores”, criar e ofertar soluções.

Dois grandes grupos de problemas e soluções irão dominar as próximas batalhas dessa guerra pela liderança:

a) Oferta de serviços e soluções financeiras para atacar problemas: maior oferta de crédito e com taxas mais acessíveis, redução dos fees e despesas bancárias, otimização e simplificação de fluxos das cadeias de credenciamento, bancária e de crédito com soluções integradas (one-stop-shop), etc; 

b) Tecnologia: há um grande espaço para a melhoria dos sistemas de automação, softwares de gestão e aplicativos que proporcionem a otimização na operação do varejo, com soluções integradas e especializadas, e aumento nas vendas, fidelização e melhora na experiência de compra pelos consumidores.

Os exemplos acima são apenas algumas das áreas que, uma vez integradas aos meios de pagamento, trarão enormes benefícios para os comerciantes de produtos e serviços no varejo.

No mercado SMB, com pouquíssimas exceções, um terminal POS conectado a uma credenciadora é um sistema totalmente apartado, que roda paralelamente a frente de caixa da loja. No final do dia, os comerciantes precisam conciliar suas vendas registradas com o extrato fornecido pela credenciadora e o extrato bancário.

Além disso, a maioria dos sistemas de automação do comerciante é baseada em hardware, o que dificulta a integração, resultando em uma enorme oportunidade para os provedores de tecnologia.

A Stone foi provavelmente a primeira credenciadora a implementar no Brasil a estratégia de integrar os meios de pagamento a um portfólio de serviços ao varejo (“software Integration”). Considere todas as empresas que a Stone adicionou aos seus ativos. Eles já podem oferecer serviços adicionais, integrados à solução de pagamento, ajudando os comerciantes a reconciliar suas vendas, integrar pagamentos à frente de caixa, liquidar transações em contas divididas (“split settlement”), serviços financeiros, software de automação, ERP, fidelização, etc.

Categorias
Banco Central Carteira Digital Cartões de Pagamento Credenciadora Digital Emissor Empreendorismo FinTech Inclusão Financeira Meios de Pagamento Mobile Payments Payments Regulamentação

PIX invoca a disrupção

Veja a matéria de Ademir Morata, publicada no site Catarino Brasileiro sob o título: “PIX INVOCA A DISRUPÇÃO E PROCLAMA A REVOLUÇÃO DOS PAGAMENTOS NO BRASIL”, reproduzida abaixo.

INSTRUMENTO DEVE REDUZIR PELA METADE A CIRCULAÇÃO DO DINHEIRO EM PAPEL NOS VALORES PAGOS PELO CONSUMIDOR BRASILEIRO EM DEZ ANOS

por Ademir Morata

m seu livro Bold, lançado em 2016, o fundador executivo da Singularity University, Peter H. Diamandis, desenvolveu o conceito dos 6 Ds, que permitem uma melhor compreensão das características existentes nas tecnologias exponenciais. Não resta dúvida de que todos os Ds dessa teoria estão claramente presentes no projeto do PIX, marca criada pelo Banco Central para o novo sistema de pagamentos instantâneos que deverá entrar em vigor no mês de novembro e promete revolucionar a indústria de pagamentos no Brasil. 

Só para exemplificar o poder de modificar a estrutura vigente, após o início de sua operação de forma plena, o PIX deve eliminar cerca da metade dos valores pagos em dinheiro (papel) pelo consumidor brasileiro num prazo de dez anos. A afirmação está contida no estudo “Pagamentos Instantâneos em contexto. Como pagamos: passado relembrado, presente vivido e futuro imaginado”.

O trabalho desenvolvido pela Boanerges & Cia., consultoria especializada em varejo financeiro, e obtido com exclusividade por este Anuário, afirma que, ao longo de 2020, cerca de 29% de todos os valores pagos pelos consumidores brasileiros acontecerão com a utilização do dinheiro vivo (notas e moedas). Mas, a partir da entrada em operação do PIX, essa proporção começará a diminuir rapidamente. 

A estimativa é de que, com esse novo método, em dez anos a movimentação de notas e moedas na economia do país caia pela metade. Assim, em 2030, apenas cerca de 14% a 15% dos valores pagos pelos consumidores serão feitos pelo instrumento mais tradicional, com a tendência de continuar diminuindo nos anos seguintes.

Se essas previsões se confirmarem dentro de um cenário considerado conservador, em 2030 os pagamentos instantâneos já movimentarão um montante de 831 bilhões de reais, o que representaria 15% de um total de 5,6 trilhões, que serão movimentados no consumo privado brasileiro naquele ano. Enquanto isso, uma visão mais agressiva prevê que esse tipo de solução já terá conquistado 24% desse montante e movimentará 1,37 trilhão de reais.

O presidente da Boanerges & Cia., Boanerges Ramos Freire, comenta que a estimativa revela o poder transformador dessa ferramenta na história dos pagamentos do país. “Os cartões, por exemplo, que foram criados na década de 50, levaram quase setenta anos para se igualar ao dinheiro e superá-lo, fato que só aconteceu em 2019. Agora, com os pagamentos instantâneos, teremos uma nova ultrapassagem, com inversão de posição conquistada em apenas uma década”, explica. 

Segundo ele, toda essa transformação se dará principalmente em função dos benefícios reais que os pagamentos instantâneos oferecerão para os diversos participantes envolvidos nas transações de pagamentos.

OS 6 DS APLICADOS E O PODER DE DISRUPÇÃO DO PIX

O consultor e adviser de startups, Edson Santos, também autor do livro Do escambo à inclusão financeira – A evolução dos meios de pagamento, afirma que a estrutura montada pelo Banco Central oferece todas as condições para o PIX alcançar o patamar de uma tecnologia disruptiva conforme o conceito dos 6 Ds mencionados por Peter H. Diamandis.

Segundo ele, tudo que conhecemos hoje em termos de plataformas de pagamento são estruturas legadas construídas ao longo dos últimos setenta anos que foram sendo melhoradas para responder a cada nova necessidade. Ao contrário disso, o PIX está nascendo em um contexto novo, já desenvolvido para atuar de forma completamente digital.

“O coração do PIX é a nova câmara de liquidação que o BC construiu. Ela permitirá um acesso totalmente fácil, que dará condições para o crescimento exponencial de sua utilização”, explica.

Segundo ele, os 6 Ds aparecem da seguinte forma:

1º D – Digitalização – Acesso e utilização fácil por telefone celular, por exemplo.

2º D – Decepção – Edson Luis não acredita que o PIX terá algum momento de decepção, do ponto de vista do sentimento de fracasso, mas explica que esse item do conceito pode se referir ao momento de aculturação, enquanto a curva de crescimento de sua utilização pode não parecer tão ascendente.

3º D – Desmaterialização – Eliminação da necessidade de papel (notas), moeda, cartão, POS, código de barras etc.

4º D – Desintermediação – Irrelevância de operações mediadoras do processo.

5º D – Desmonetização – Sem intermediários, acontece a redução de custos, o corte de despesas.

6º D – Democratização – Com menos custos e mais facilidade, o sistema oferecerá o acesso a uma maior parcela da sociedade.

“Ao criar um instrumento fácil de ser utilizado por todos os brasileiros, com custos residuais ou até zero, o PIX promoverá a inclusão dos cerca de 45 milhões de desbancarizados, depois uma disrupção do papel-moeda e, na sequência, fará o mesmo em todos os serviços que alguém possa criar para utilizá-lo como  meio de pagamento”, diz.

PRODUTOS FINANCEIROS INVISÍVEIS E O FATOR WHATSAPP

O dataminer da Distrito Fintech, empresa de inovação aberta que atua junto a startups, Eduardo Fuentes, condiciona a velocidade da substituição do dinheiro em papel pelo PIX à intensidade da adesão dos desbancarizados ao produto. 

“Se não houver soluções e não forem criadas as condições ideais para conseguir atender a eles de forma digital, vai continuar sendo difícil tirar o dinheiro de papel de circulação”, comenta.

O PIX PROMOVERÁ A INCLUSÃO DOS CERCA DE 45 MILHÕES DE DESBANCARIZADOS, DEPOIS UMA DISRUPÇÃO DO PAPEL-MOEDA

O especialista afirma que outra tendência decorrente do PIX será o consumo de produtos financeiros de forma invisível. “Será uma continuação das nossas atividades cotidianas. Estaremos conversando em aplicativos de mensageria ou por e-mail e faremos nossas transações financeiras por ali mesmo, sem precisar ir ao internet banking ou a aplicativos exclusivos das instituições financeiras”, disse. 

Em relação a isso, o mês de junho trouxe o anúncio da liberação pelo WhatsApp para que seus usuários no Brasil passem a usar o recurso de envio de dinheiro e a realizar pagamentos diretamente pelo aplicativo.

A princípio, a funcionalidade estaria disponível para usuários dos cartões de débito e crédito das bandeiras Visa e Mastercard emitidos pelo Banco do Brasil, Nubank e Sicredi. Apesar disso, a empresa ressaltava na ocasião que o programa seria aberto e facilitaria a entrada de mais participantes no futuro. 

Em comunicado publicado no site do app, a instituição afirmou que mais de 10 milhões de micro e pequenas empresas movimentam a economia brasileira, e já é muito comum entre seus clientes o envio de mensagens pelo WhatsApp para tirar dúvidas sobre produtos e fazer pedidos. “Com o recurso de pagamentos no WhatsApp, além de ver os produtos no catálogo, os clientes também poderão fazer o pagamento do produto escolhido sem sair desse aplicativo de mensagens. Ao simplificar o processo de pagamento, esperamos ajudar a trazer mais empresas para a economia digital e gerar mais oportunidades de crescimento”, dizia o texto.

Ocorre que a notícia gerou apreensão nas instituições financeiras e nos órgãos reguladores do país, devido ao potencial de concentração que o aplicativo representa. 

Para reduzir a tensão, o próprio WhatsApp manifestou interesse em trabalhar em conjunto com o BC e auxiliar o desenvolvimento do PIX. Mesmo assim, no dia 23 de junho o Banco Central determinou à Visa e à Mastercard que suspendessem o início das atividades ou interrompessem imediatamente a utilização do WhatsApp para iniciação de pagamentos e transferências de recursos. 

A alegação foi de que o eventual início ou continuidade das operações sem a prévia análise do regulador poderia gerar danos irreparáveis ao SPB notadamente no que se refere à competição, eficiência e privacidade de dados. O BC afirmou ainda que a decisão tem como objetivo preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato.

CONSUMIDOR AGUARDA A DISRUPÇÃO DOS PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS

Se depender do desejo do consumidor brasileiro, todas as profecias a respeito da invasão do mercado pelo PIX irão se cumprir. De acordo com pesquisa divulgada recentemente pela Mastercard, cerca de 75% dos entrevistados gostariam de poder pagar em tempo real independentemente do provedor de serviços financeiros, enquanto 53% gostariam de utilizar essa forma de pagamento por meio de aplicativos de mensagens ou mídias sociais.

“Os brasileiros desejam incluir essa modalidade de pagamento em suas vidas e esperam que as instituições financeiras trabalhem para que essa seja uma realidade no futuro próximo. Para que isso se torne possível, devemos seguir trabalhando no desenvolvimento de soluções interoperáveis e de padrões focados na eficiência e na experiência do usuário”, afirma João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard Brasil e Cone Sul.

A pesquisa foi feita entre os dias 26 e 30 de maio, com 508 consumidores brasileiros bancarizados de todas as regiões do país e portadores de smartphone.

CERCA DE 55% DOS BRASILEIROS ESPERAM QUE ATÉ 2030 TODAS AS TRANSAÇÕES FINANCEIRAS SEJAM EM TEMPO REAL

As respostas demonstraram ainda um intenso apetite por novos serviços que tornem mais fácil a vida dos usuários. Mais de 70% dos respondentes gostariam de utilizar o celular para pagar todas as formas de transporte público, enquanto 56% considerariam útil poder dividir o custo de uma compra com outras pessoas, como uma refeição, por exemplo, no momento em que ela ocorra. 

No que se refere às expectativas de desenvolvimento dessas soluções, cerca de 55% dos brasileiros esperam que até 2030 todas as transações financeiras sejam em tempo real. 

Por outro lado, mais de 40% dos entrevistados acreditam que as lojas não aceitarão mais pagamentos em dinheiro, enquanto 27% desejam poder realizar pagamentos por meio de seus assistentes virtuais e 25% acreditam que não haverá mais agências bancárias e sim bancos virtuais.

INDÚSTRIA DEMONSTRA FORTE ADERÊNCIA COM 980 INSTITUIÇÕES INSCRITAS

Ao publicar a Circular nº 4.027, que define as regras para o início do funcionamento do PIX no país, o Banco Central na prática instituiu oficialmente o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) e a Conta de Pagamentos Instantâneos (Conta PI). 

A primeira sigla (SPI) se refere à infraestrutura centralizada de liquidação bruta em tempo real de pagamentos instantâneos. É nesse ambiente que acontecerão as transferências de fundos entre seus participantes que serão os titulares das Contas de Pagamentos Instantâneos (Conta PI).

De acordo com a normativa, o sistema do PIX começará a operar oficialmente no dia 3 de novembro, chegando a pleno funcionamento no dia 16 do mesmo mês. Juntamente com a normativa, o Banco Central anunciou um total de 980 instituições financeiras e de pagamento como participantes da etapa de homologação. Da lista, constam não somente os cinco maiores bancos do país como também bancos regionais, digitais, fintechs, arranjos de pagamento e outras modalidades. 

Na ocasião, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, disse que o resultado evidencia o grande interesse do mercado em oferecer esse novo meio de pagamento e parabenizou a todas as empresas. 

“As instituições cuja participação é obrigatória demonstraram muito comprometimento em todo o processo de construção do PIX, e aquelas que vieram facultativamente abraçaram o desafio de transformar a indústria de pagamentos”.

A DESINTERMEDIAÇÃO E OS NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS

Entre as transformações que o PIX provocará no mercado, a desintermediação talvez seja o efeito que provoque as mudanças mais traumáticas. Ao falar sobre o assunto no contexto dos 6 Ds da disrupção, o especialista Edson Luiz declarou que, ao usar o cartão de pagamento para fazer uma transação no modelo atual, por exemplo, o portador está movimentando uma engrenagem formada por pelo menos 25 empresas que têm de trabalhar antes, durante ou depois do processo para que essa transação ocorra.

Em suas contas, ele menciona uma lista composta de representantes de funções como: fabricante do cartão (1), fabricante do chip que está no cartão (2),  operador logístico que entrega o cartão (3),  sistema de autenticação para ativar o cartão (4),  emissor (5), processador (6), sistema de criptografia para se comunicar com a bandeira (7), bandeira (8), sistema de comunicação da bandeira para falar com o emissor (9), sistema de processamento da bandeira (10), adquirente (11), criptografia do adquirente (12),  sistemas do adquirente (13), fornecedor do terminal (14), fornecedor do sistema que roda no terminal (15), operador logístico do POS (16), manutenção do POS (17), fornecedor de bobina de papel para o POS (18),  comunicação  do POS com outras áreas (19), chip do POS (20), sistemas de homologação do POS (21), sistema antifraude no POS (22), sistema antifraude do emissor (23), sistemas antifraude do adquirente (24) e padrão EMV (25).

“Mesmo com toda essa complexidade envolvida, temos a percepção de que toda a transação ocorreu em questão de segundos, mas na verdade não foi isso o que aconteceu no que se refere ao pagamento propriamente dito. O que foi efetivado naquele momento foi apenas uma autorização emitida, mas só no dia seguinte, ou num prazo de trinta dias, no caso do cartão de crédito, é que o dinheiro se moverá efetivamente de uma conta para outra”, explicou.

Segundo ele, isso ocorre porque o sistema brasileiro desvinculou o ato da “liquidação” do momento da “autorização” para dar uma impressão de que ele é mais rápido. 

Mas, com a utilização do PIX, isso deixará de ser dessa forma. Como o PIX vai transitar em uma plataforma própria, o dinheiro será realmente transferido de uma conta para outra em questão de segundos e, portanto, estará disponível para quem recebeu poder transferir para outro destino ou utilizar para comprar outra coisa imediatamente. 

“Quando isso estiver acontecendo, a maioria dessas empresas citadas no processo do pagamento com cartões não estará mais atuando”, disse. 

Embora o mercado ainda esteja num momento de entender e adaptar suas soluções para esse novo cenário, já estão começando a surgir novos modelos. É o caso da SpinPay, fintech que se posiciona como a primeira interface para pagamentos instantâneos do Brasil.

Seu modelo é baseado em uma estrutura que utiliza criptografia e blockchain para transferir de forma imediata o dinheiro do cliente para a conta do varejista. 

Com ela, o consumidor pode optar pelo uso da conta do banco, da corretora, da digital wallet ou de qualquer outro lugar que esteja plugado à Spin como local do débito. A solução elimina as dezenas de intermediários que um pagamento com cartão exige. Isso faz com que o custo da transação seja mais baixo e a velocidade da operação seja muito maior. 

COMO O PIX VAI TRANSITAR EM UMA PLATAFORMA PRÓPRIA, O DINHEIRO SERÁ REALMENTE TRANSFERIDO DE UMA CONTA PARA OUTRA EM QUESTÃO DE SEGUNDOS

O CEO da SpinPay, Alan Chusid, comenta que no momento em que o cliente autoriza, o dinheiro é imediatamente enviado para a posse do parceiro varejista. Segundo ele, esse é apenas o começo do que está por vir. “O momento atual é como se fossem os amistosos de preparação. A competição de verdade só vai começar quando todas as regras estiverem definitivamente estabelecidas e os preços conhecidos”, diz. 

O executivo afirma que o PIX na verdade terá uma função parecida com a de um chassi. “Será uma estrutura básica que permitirá que se crie o que quiser para aplicar em cima”, afirma. 

Para Boanerges Ramos Freire, o futuro mostra um cenário de convivência entre cartões, mobile e pagamentos instantâneos. Nesse ambiente, os tradicionais plásticos serão puxados principalmente por sua função crédito e embarcados em novas tecnologias, como mobile, QR Code, biometria etc. 

“Assim, o pagamento será cada vez mais meio e menos um negócio em si”, conclui.

Categorias
Cielo Credenciadora Empreendorismo Meios de Pagamento PagSeguro Payments Rede Serviços Financeiros Stone Subcredenciadoras

Conductor adquire a Muxi

Esta imagem possuí um atributo alt vazio; O nome do arquivo é aa-1.png

A Conductor, empresa líder em soluções de tecnologia e serviços para o setor de meios de pagamento no Brasil, anunciou nesta quinta-feira (30/7) a aquisição da Muxi, principal provedora de soluções tecnológicas para captura de transações em pontos de venda e comércio eletrônico na AméricaLatina.

O investimento faz parte das iniciativas da Conductor para expandir sua oferta de produtos e serviços em toda a cadeia de meios de pagamento no Brasil e também acelerar sua expansão internacional.
Com mais de 200 clientes diretos ativos, a Conductor consolidou-se nos últimos anos como a principal fornecedora de infraestrutura de pagamentos para emissores no mercado brasileiro, processando através de sua plataforma aberta e flexível as transações de mais de 29 milhões de contas ativas, além de prover a infraestrutura completa para a criação de contas digitais por fintechs, marketplaces, varejistas e empresas de inúmeros segmentos de mercado. Processando mais de 1 bilhão de transações por ano, com movimentação estimada em R$100 bilhões, a empresa apresenta um crescimento médio anual de receita de 44% desde 2012, com estimativa de chegar a próximo de R$400 milhões em 2020. Todo esse trabalho é feito por cerca de 750 funcionários, sendo 75% deles nas áreas de tecnologia e produto.

A Conductor adquire a Muxi com o objetivo de agregar a seu portfólio a tecnologia presente em mais de 2 milhões de dispositivos de pagamento na América Latina – atendendo empresas globais, novos entrantes no mercado e adquirentes líderes na América Latina. Além de expandir nossa atuação para endereçar também as necessidades de adquirentes e subadquirentes como provedor end-to-end de software e infraestrutura de pagamentos, da mesma forma como temos apoiado emissores há tantos anos, é maravilhoso receber 130 profissionais talentosos e apaixonados como a gente, que compartilham conosco a vocação e a vontade de criar, todos os dias, meios para impulsionar trocas, simplificar transações e mover a sociedade”, afirma Antonio Soares, CEO da Conductor.

“Temos muito orgulho do que construímos na Muxi, onde desenvolvemos uma plataforma robusta e escalável que atende hoje os principais adquirentes da América Latina, players enormes e muito exigentes, que demandam soluções de qualidade global e usam nossa plataforma há muitos anos, atestando pela qualidade do que criamos. A venda foi o encerramento de um ciclo para nós como acionistas e estamos muito felizes pois temos certeza que escolhemos o parceiro ideal. Ambas as empresas não têm qualquer sobreposição em suas atividades, só sinergias, e por isso a companhia tem muito a crescer agora, junto à Conductor”, afirma Alexandre Pi, fundador da Muxi, o qual se dedicará a partir de agora à IDid, uma plataforma de segurança, inovadora e disruptiva, exclusiva para meios de pagamento, da qual é fundador, investidor e Presidente do Conselho. Além de Alexandre Pi, a Muxi tinha como investidores a Confrapar e a Acrux Capital.

“A venda da Muxi é estratégica, pois estamos num momento de disruptividade na indústria de meios de pagamento, onde a consolidação, não somente por share de mercado, mas por complementaridade de soluções, se torna muito importante”, declara Thiago Domenici da Confrapar.

Em maio deste ano, além do processamento de meios eletrônicos de pagamento para os emissores, a Conductor passou a oferecer também uma solução de processamento de transações para os adquirentes e agora complementa sua oferta para esse segmento com as soluções da Muxi direcionadas à captura das transações na ponta.
No mês seguinte, deu início à sua internacionalização a partir da América Latina, firmando contrato com três clientes na região. Agora passa a contar com a presença já consolidada da Muxi nos mercados da Argentina, México e Peru como um grande alavancador desse processo.
“Estamos em processo de aceleração e prontos para conquistar uma fatia maior do mercado, nos tornando ainda mais competitivos dentro do ecossistema financeiro, por meio de plataformas tecnológicas robustas, agnósticas, abertas e multi-território”, argumenta Soares.

Categorias
Banco Central Bancos Carteira Digital Digital Empreendorismo FinTech Inclusão Financeira Meios de Pagamento Mobile Payments Payments Regulamentação Serviços Financeiros

Notícias sobre Pagamento Instantâneo – PIX

Receber uma transferência ou pagamento será muito mais fácil com o novo meio de pagamento criado pelo Banco Central.

Notícia publicada pelo Banco Central do Brasil em 22/07/2020.​

A prática de informar número da instituição, agência e conta para receber um pagamento começará a mudar em 5 de outubro. A partir dessa data, os brasileiros poderão cadastrar o método de identificação de sua preferência para receber o Pix, o pagamento instantâneo brasileiro.

Hoje, uma transferência eletrônica de dinheiro demanda que o pagador passe várias informações para o recebedor. A partir de novembro, quando o Pix estará disponível em definitivo, bastará o recebedor dizer sua chave, que poderá ser:•Número do celular;•CPF/CNPJ;•E-mail; ou•EVP (um número aleatório gerado pelo sistema, para quem não quiser dar um dos dados acima).

Presidente do BC, Roberto Campos Neto, anunciou hoje (22), em live do jornal Valor Econômico, a antecipação de cadastro para receber um Pix.

Essas informações serão armazenadas em uma plataforma tecnológica desenvolvida e operada pelo Banco Central (BC), conhecida como Diretório Identificador de Contas Transacionais (DICT). O DICT, um dos componentes do Pix, será uma base de dados protegida pelo sigilo bancário e pela Lei Geral de Proteção de Dados.

Essa identificação do usuário, conhecida tecnicamente como chave de endereçamento, será sempre informada pelo recebedor ao pagador. Em seguida, o pagador utilizará o aplicativo da sua instituição financeira ou de pagamento para inserir a chave de preferência do recebedor.

Desta forma, o pagador que tiver registrado no seu celular o telefone ou o e-mail do recebedor poderá fazer a transação sem perguntar o dado. Além do uso de chave, o Pix terá outras formas práticas para iniciar o pagamento, como, por exemplo, a partir da leitura de um QR Code. Tudo isso fará do Pix um meio de pagamento fácil, ágil e conveniente para o cidadão e para todos os participantes do sistema. Além disso, o pagador pessoa física não paga nada por fazer um Pix.

RegulamentoA partir de 5 de outubro, as instituições e os usuários terão a oportunidade de se familiarizar com todas as funcionalidades para a gestão das chaves – registro, exclusão, alteração, reivindicação de posse e portabilidade. As regras específicas estarão detalhadas no Regulamento Pix, que será publicado em agosto.

Essa medida dá mais tempo para que todos façam o registro das chaves e estimula a competição pela vinculação das chaves às suas contas entre as instituições que ofertarão o Pix aos seus clientes. A participação nesse período antecipado de registro de chaves será facultativa às instituições financeiras e de pagamentos participantes do Pix, tendo como pré-requisito a conclusão bem sucedida da etapa de homologação.

O Pix é uma ação da Agenda BC#, dimensão competitividade.

Cronograma de marcos do Pix
Agosto: Divulgação do Regulamento Pix e manuais técnicos;

05/outubro: Início do processo de registro de chaves de endereçamento;

03/novembro: Início da operação restrita do Pix;

16/novembro: Lançamento do Pix para toda a população.