O mundo adora o talento, mas recompensa o caráter – Colink
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O mundo adora o talento, mas recompensa o caráter

Autor: Edson Santos.

Data: 21 de agosto de 2019

   

Priorizar gente do bem na hora de contratar e investir no desenvolvimento desse profissional pode trazer muito mais retorno e sustentabilidade para as empresas.

Texto do meu amigo Leonel Andrade.

Todas as empresas e instituições gastam fortunas para recrutar os melhores talentos e formar times de alta performance, seja através de seus departamentos de seleção ou do uso de empresas externas de recrutamento. Nada de errado com isso. Aliás, recrutar bem é investimento com retorno garantido.

O recrutamento é a mais importante fase dos processos de gestão de pessoas, pois a partir dele é que todos os outros se apoiam e estabelecem suas prioridades. Mas o que temos visto como recrutar bem? Na minha vivência, fui aprendendo que é muito melhor ter bons funcionários do bem do que ter funcionários bons.

Gente do bem traz comportamentos como proatividade, bom humor, empatia, emotividade e gratidão. Gente do bem atrai muito mais gente do bem. Tem orgulho pelo gosto autoral, é feliz por conviver e vibra pelo sucesso coletivo. É curiosa e compartilha aprendizados sempre. E sabe que pode errar e que isso não é crime. Ou seja, gente do bem traz muito mais retorno e sustentabilidade para as organizações.

Se é do bem e é bom, tanto melhor! Mas sua empresa pode e deve investir continuamente no desenvolvimento. Até porque treinar profissionais para que aumentem sua eficiência e produtividade também tem alto retorno. O grande problema não é treinar os talentos e vê-los, eventualmente, saindo para a concorrência. O maior problema é não treiná-los e vê-los permanecendo na empresa.

Aliás, se são do bem, cuidam de si e reconhecem muito melhor os esforços que a empresa faz nos seu desenvolvimento e são muito mais fiéis a sua organização, uma vez que essas pessoas adoram conectar seus sonhos a construções coletivas.

Lembro que na minha passagem pela Smiles, empresa de maior lucro por funcionário do Brasil nos últimos anos, adotamos essa premissa básica para formação do time. Primeiro tem que ser do bem. Se for bom, ótimo. E investimos pesado no desenvolvimento. O difícil é a empresa formar comportamentos e moldar o caráter.

Daí que vem o título deste artigo, uma feliz frase de John W. Gardner. Na Smiles não inventamos. Copiamos o que as melhores empresas já fazem há bastante tempo, graças à visão clara de gestores do bem, que têm esse olhar como extensão das suas crenças de gestão.

Neste contexto, valorizar gente do bem começa no recrutamento, mas deve seguir por todo o ciclo de vida do profissional na empresa.

E você, concorda? Na sua empresa, isso é uma premissa?

*Leonel Andrade foi CEO da Smiles, Credicard e Losango Financeira. Atuou como membro dos Conselhos de Administração da Redecard, Elavon e Netpoints. Também faz palestras sobre gestão de pessoas e negócios.

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